Nos dois últimos anos o país viu-se confrontado com um movimento massivo de alunos que copiaram nos exames. Para resolver a situação, o acesso à internet foi desligado em todo o país.
Em 2016 as perguntas e respostas dos exames foram colocadas nas redes sociais antes, ou logo a seguir, à realização das provas. No ano seguinte, o Ministério da Educação tomou medidas. O acesso às redes sociais foi bloqueado e os estudantes que chegavam atrasados eram obrigados a realizar uma outra prova, numa data diferente.
No entanto, isso não foi suficiente para impedir os alunos de copiarem nos exames.
Por essa razão, o Ministério fez um acordo com a operadora pública de telecomunicações argelina: a Algérie Telecom corta a ligação à internet durante o período de exames, voltando a retomá-la assim que estes terminam.
Por essa razão, a operadora publicou um horário: quarta-feira a internet foi desligada três vezes, uma hora de cada vez; quinta e sexta-feira, sábado, domingo e segunda-feira o acesso é bloqueado duas vezes ao dia, também por uma hora de cada vez.
Segundo a operadora, a medida foi posta em prática “de acordo com instruções do Governo, por forma a assegurar que os exames de acesso ao diploma de secundário decorram normalmente”.
Iraque já impôs restrições semelhantes
Há quem considere a medida excessiva. É o caso de Lyès Rekkeb, um designer informático de 28 anos que declara a The Guardian que a decisão vai “para além do ridículo”.
Mas apesar dos inconvenientes, valores mais altos se levantam.
“Temos de fazer isto – é um caso de força maior. Sabemos que desligar todas as ligações é um grande passo. Mas não podemos ficar de braços cruzados”, afirmou a ministra da Educação, Nouria Benghabrit-Remaoun, em declarações ao El Watan, um jornal argelino.
Todas as ligações são afetadas, tanto as fixas como as móveis. O acesso ao Facebook é completamente cortado durante os períodos de exame.
A Argélia não é a primeira a impor estas medidas. Há três anos consecutivos que o Iraque impõe restrições semelhantes. Na Etiópia é bloqueado o acesso às redes sociais. Para além destes países, a Síria, a Mauritânia, o Uzbequistão e vários Estados indianos bloqueiam o acesso à internet.
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