O presidente argentino ampliou o horário de recolher obrigatório anunciado uma semana antes e suspendeu uma série de atividades, incluindo as aulas presenciais, até 30 de abril, para evitar a saturação de doentes com covid-19 nos hospitais.
Há uma semana, Fernández tinha anunciado um toque de recolher entre a meia-noite e as seis da manhã. Além disso, tinha ordenado que bares e restaurantes só funcionassem até as 23h00, horário que também diminuiu em quatro horas.
"Todas as atividades comerciais só poderão acontecer entre as 9h00 e as 19 horas. As atividades gastronómicas ficarão fechadas em horário noturno. Também suspendi todas as atividades recreativas, sociais, culturais, desportivas e religiosas em lugares fechados", determinou o presidente, incluindo na lista aquilo que o governo prometera que seria a última atividade a ser fechada: as escolas.
"Todas essas medidas incluem a suspensão de aulas, durante duas semanas a partir de segunda-feira. Alunos e professores não irão à escola. A educação será virtual, à distância. As demais medidas começaram a valer a partir da zero hora de sexta-feira e até o dia 30 de abril", precisou, explicando que as medidas visam conseguir dois objetivos: "não interromper a campanha de vacinação e evitar que o sistema de saúde fique saturado".
Várias clínicas do sistema de Saúde privado, onde 70% dos argentinos são atendidos, estão próximas da saturação, especialmente na área metropolitana de Buenos Aires. No sistema de Saúde público, a ocupação de camas de cuidados intensivos está em 70%.
"Há um mês, tínhamos 45.498 casos de contágios. Na semana passada, 122.468 casos. Nesta semana, o número será maior. Isso significa que multiplicamos por mais de dois a quantidade de contágios em apenas um mês", ilustrou.
As medidas estão destinadas à área metropolitana de Buenos Aires que abrange a capital argentina, onde vivem três milhões de habitantes, além de outros dez distritos com mais 13 milhões de pessoas.
Anúncio mal recebido
No ano passado, a Argentina manteve a mais prolongada quarentena do mundo com 233 dias de isolamento que provocou milhares de falências e uma queda de 10% no PIB.
Em apenas um ano, a pandemia já deixou na Argentina quase o dobro de mortos: 58.542. Só nas últimas 24 horas foram registados 368 óbitos.
Com 45 milhões de habitantes, a quantidade acumulada de contagiados chega a 2,604 milhões, com 25.157 novos casos nas últimas 24 horas.