Argentina consegue reestruturar 99% da sua dívida com credores externos
O Governo argentino anunciou que, a partir da adesão de 93,5% dos credores externos à oferta, conseguiu reestruturar 99% da sua dívida sob legislação estrangeira, permitindo que o país abandone a condição de `default` (incumprimento).
"A oferta teve uma aceitação maciça por parte dos credores. Hoje, temos 99% da dívida pública sob lei estrangeira reestruturada. Isso condiz com uma adesão (dos credores) de 93,5%; o que eleva a percentagem a 99%", anunciou o ministro da Economia, Martín Guzmán, ao lado do Presidente, Alberto Fernández, em cerimónia na Casa Rosada, sede do Governo.
A adesão de 93,5% dos credores implica a ativação das chamadas Cláusula de Ação Coletiva através das quais quando se atinge níveis mínimos de adesão, entre 66,6% e 85% para cada título, a reestruturação é aprovada e, automaticamente, inclui aqueles credores que não tenham aderido.
A adesão elevada praticamente impede que os credores que não tenham aderido possam iniciar processos contra o Estado argentino nos tribunais de Nova Iorque.
"Isso coloca a Argentina numa situação sustentável e mais saudável. O alívio nos primeiro cinco a dez anos permite um horizonte para a aplicação de políticas públicas. Sem a reestruturação, seria um processo devastador. Implicaria mais ajuste num momento de recessão. Agora temos condições de estabilidade cambial e de financiamento, a um custo mais baixo, para as empresas no exterior", explicou o ministro.
"O objetivo da reestruturação é encaminhar a Argentina para um processo de desenvolvimento inclusivo, dinâmico e sustentável no tempo", acrescentou.
A reestruturação argentina implicou uma redução de apenas 1,9% do capital, mas reduz em mais de metade os juros que passam de uma taxa média de 7% a uma de 3,07%. Para cada 100 dólares em dívida, o país pagava sete dólares de juros. Agora, pagará três dólares. Para cada 100 dólares de dívida antiga, o país reconhece agora 54,80 dólares. Com isso, a dívida reduz-se em 37.700 milhões de dólares.