Argentina. Ministério da Saúde proíbe venda de cigarros eletrónicos

por RTP
Argentina quer banir cigarros eletrónicos Reuters

O ministério da Saúde da Argentina proibiu a importação, distribuição, comercialização e publicidade dedicadas aos cigarros eletrónicos. A ministra da Saúde advoga que aqueles cigarros trazem vários perigos para a saúde numa altura em que os adolescentes argentinos estão a consumir cada vez mais estes produtos. A proibição estende-se a todo o território argentino.

A resolução oficial do ministério da Saúde entrou em vigor esta segunda-feira, assinada pela ministra da Saúde, e proíbe a venda de sistemas eletrónicos destinados à inalação de vapores e aerossóis de tabaco, um sistema de aquecimento de tabaco, alimentado através de uma bateria.

Com esta decisão, Carla Vizzotti (ministra da Saúde) pretende que sejam reduzidos os riscos que este produto apresenta, recordando os argentinos que pelo mundo está a haver uma tendência de consumo decrescente deste tipo de produtos.

De acordo com o documento que entrou em vigor, vários estudos independentes atestaram que os cigarros eletrónicos produzem aerossóis com nicotina, além de outras substâncias químicas que são um perigo para saúde.

Além disso, o Ministério da Saúde explicou que os cigarros eletrónicos também causam adição, o que também se torna um perigo para consumidores com problemas cardiovasculares, abrindo a porta para que outros consumidores, que antes não fumavam, possam ficar viciados neste tipo de cigarros.

“As investigações mostram que novos produtos como cigarros eletrónicos e outros similares são especialmente atrativos para rapazes, raparigas e adolescentes e a sua introdução no mercado tem um potencial para se iniciarem no tabagismo, mesmo quando se trata de jovens que não fumavam. Isto ameaça os avanços realizados em matéria de controlo do tabagismo” pode ler-se no documento do ministério da Saúde.

Uma das tendências mais preocupantes na Argentina é o crescimento do consumo de cigarros eletrónicos entre os adolescentes que registou um “aumento alarmante”, de acordo com o Inquérito Mundial de Tabaco de 2018. Cerca de sete por cento da faixa etária entre os 13 e 15 anos já fuma cigarros eletrónicos.

O consumo de tabaco na Argentina tem uma grande predominância na população, com o país a registar pelo menos 45 mil mortes devido a complicações provocadas pelo tabaco, o que representa cerca de 14 por cento do número total de mortes no país sul-americano. O peso nas contas públicas também se faz sentir, gerando um custo ao erário da saúde de pelo menos 196 milhões de pesos argentinos.

Assim, o governo argentino tenta controlar um novo problema de saúde pública que se sabe causar problemas a longo prazo nos pulmões. O estudo foi realizado por uma universidade em Montreal, no Canadá.
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