Arranca julgamento de Presidente Yoon Suk-yeol por insurreição

O julgamento contra o presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, acusado de insurreição por ter declarado lei marcial em dezembro, arrancou esta quinta-feira, avançou a agência de notícias France-Presse (AFP).

Lusa /
Yoon Suk-yeol começou a ser julgado Jeon Heon-kyun - Pool - EPA

A audiência teve início no tribunal central da capital, Seul, pela 1h00 em Lisboa, na presença do arguido, numa sala lotada, de acordo com um jornalista da AFP, presente no local.

Um forte contingente policial cercou o edifício do tribunal.

Este processo é independente de um outro, em curso no Tribunal Constitucional, que deverá confirmar ou anular a destituição de Yoon, votada pela Assembleia Nacional, o parlamento sul-coreano, em 14 de dezembro.

Yoon Suk-yeol, de 64 anos, é acusado de insurreição, um crime punível com pena de morte ou prisão perpétua e que não está abrangido pela imunidade presidencial.

Detido a 15 de janeiro, depois de se ter escondido durante semanas na residência presidencial em Seul, protegido pela guarda do presidente, Yoon foi acusado a 26 de janeiro e colocado em prisão preventiva durante seis meses, período após o qual deverá ser libertado caso não tenha sido até então condenado.

O Ministério Público acusa Yoon de "liderar uma insurreição", embora os advogados do arguido afirmem que as acusações não são legais, argumentando que este tinha o direito constitucional de declarar lei marcial.

Causa do julgamento

O líder conservador mergulhou a Coreia do Sul no caos político a 3 de dezembro ao declarar lei marcial e ao enviar o exército para o parlamento numa tentativa de o silenciar.

Foi forçado a recuar seis horas mais tarde, quando os deputados conseguiram reunir-se de emergência e votar contra o regime especial.

Yoon justificou a ação dizendo que o parlamento, dominado pela oposição, estava a bloquear a adoção do orçamento de Estado. Num discurso transmitido pela televisão, afirmou que pretendia "proteger a Coreia do Sul liberal das ameaças colocadas pelas forças comunistas norte-coreanas" e "eliminar os elementos hostis ao Estado".

Yoon mantém-se oficialmente como presidente enquanto aguarda o veredicto do Tribunal Constitucional. Este tribunal deverá realizar a décima audiência hoje, às 6h00 em Lisboa.

 

 

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