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Artemis 1 está já a meio da missão lunar

por Nuno Patrício - RTP
NASA/DR

A NASA está entusiasmada face aos resultados já obtidos com a missão Artemis 1 e consequentemente "mais perto" de colocar, novamente, uma tripulação humana na Lua. À medida que a missão se aproxima da metade do caminho, os técnicos da NASA continuam a efetuar vários dos testes previstos. Aproveitando o bom desempenho da Orion, estão também a ser adicionados novos testes para a preparação do primeiro voo tripulado do veículo espacial.

Dia 14 na missão Artemis 1. A cápsula espacial Orion da NASA encontra-se agora numa órbita retrograda e afastada da Lua. Uma manobra que visa testar vários instrumentos da nave, principalmente no campo energético, térmico e sistemas de propulsão.


Durante esta fase, ainda sob influência gravitacional da Lua, os controladores da missão apenas referem questões menores, mas nenhuma das quais de caráter “importante”, referiu Mike Sarafin, gestor da missão Artemis 1 da NASA, na última conferência de imprensa sobre o estado da missão.

Um dos pontos aos quais os técnicos estão a dedicar particular atenção prende-se com o campo da captação energética e térmica.

Localizada atualmente a uma distância solar considerável, a luz proveniente do Sol é um fator determinante para o bom funcionamento da cápsula Orion. Razão pela qual os controladores da NASA deram ordens ao computador da nave para que o voo da Orion mantenha a "cauda virada para o Sol".

Uma posição estratégica tanto para estabilidade térmica quanto para a geração de energia. Mas esta condição do módulo Orion não tem de ser imperativamente estática, podendo o módulo espacial desviar-se até 20 graus de inclinação.

Com esta manobra, a NASA está a testar até que ponto vai a capacidade de armazenamento energético e resistência térmica do equipamento.

“Se a nave ficar fora desta orientação por mais de três horas, ela vai precisar de regressar à posição que se considera ótima, por dez horas, para efetuar uma recuperação térmica antes de usar qualquer propulsor”. Mike Sarafin salienta ainda que esta é a altura para fazer todos os testes e validar todos os modelos. “O ponto intermediário desta missão oferece-nos a oportunidade de dar passos atrás e ver quais são as nossas margens e até onde podemos ser um pouco mais inteligentes para reduzir o risco e entender o desempenho da nave para o próximo voo e missão, que será incluído com tripulação”.

Dos 124 pontos que a missão Artemis 1 tinha para testar, sobre o desempenho da Orion, 25 por cento desses objetivos estão concluídos, com metade dos restantes em andamento. E a grande maioria dos que faltam estão relacionados com eventos que se vão efetuar no final da missão, incluindo reentrada e amaragem.

Embora o desempenho da Orion esteja a demonstrar elevado grau de eficiência, diminuindo o risco geral antes da missão tripulada Artemis 2, o gerente da missão Artemis 1 refere que muitos dos pontos ainda em teste não serão avaliados até que a Orion regresse e faça a reentrada na atmosfera terrestre, a 11 de dezembro.

A maior prioridade da missão é testar o desempenho da nave espacial ao reentrar em velocidades de retorno lunar, enquanto outra prioridade é recuperar a o protótipo Orion após o mergulho, incluindo componentes como unidades aviónicas, que serão refletidas na Artemis 2.

Foto: NASA/DR
Orion incomunicável durante 47 minutos
Há uma semana o posto de controlo e de comando da missão Artemis 1 não ganhou para o susto, quando, sem se esperar, surgiu um “silêncio rádio” entre a Orion e a Terra. Um blackout comunicativo que durou 47 longos minutos.

O caso deu direito a uma investigação mais aprofundada e, “felizmente”, o incidente deveu-se apenas a uma má configuração no software do sistema de comunicação da Orion.

LaBrode disse que uma perda inesperada de 47 minutos de comunicação com a Orion se deveu a um problema de configuração envolvendo a Deep Space Network, tendo os controladores ajustado a largura de banda da nave, o que permitiu que o sistema voltasse a transmitir vídeo ao vivo.

“Foi simplesmente um erro de configuração na Deep Space Network. Foram configurados na origem para uma taxa de dados para a qual o veículo não foi configurado”, explicou.


A Artemis 1 tem um tempo de missão previsto de 25 dias, 11 horas e 36 minutos. Irá percorrer uma distância total de 2,1 milhões de quilómetros.

A amaragem está prevista para o dia 11 de dezembro, na costa da California, no Pacifico, após uma reentrada da cápsula Orion a uma velocidade de aproximadamente 38 mil km/h.
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