Os quatro corpos, com sinais de tortura e marcas de balas, estavam no interior de um carro roubado que foi abandonado numa esquina próxima do lugar onde o autocarro foi queimado.

Na viatura foi também encontrado um cartão que identificava os quatro cadáveres como «quatro dos que queimaram o autocarro».

O cartão era assinado com as siglas de uma poderosa organização de narcotraficantes que actua em várias favelas do Rio de Janeiro e que diz, na mensagem, não aceitar "actos de terrorismo".

Pelo menos duzentos agentes da polícia estão envolvidos na ocupação das Favelas de Quitungo e Morro da Fé, onde as autoridades suspeitam que se tenham escondido os assaltantes.

O ataque ao autocarro aconteceu terça-feira à meia-noite, no Bairro Penha Circular, quando o veículo de serviço público se dirigia para o Bairro de Irajã, cheio de pessoas que tinham acabado de sair do trabalho.

Segundo a polícia, dez homens armados obrigaram o autocarro a parar, regaram-no com gasolina e incendiaram-no.

Apesar de alguns passageiros terem conseguido sair, o autocarro explodiu quando ainda havia pessoas dentro dele.

Cinco pessoas morreram, entre elas uma menina de 2 anos, e outras 14 sofreram queimaduras graves - sete ainda estão hospitalizadas.

Segundo a Federação de Empresas de Transporte do Rio de Janeiro, este ano, já foram assaltados por desconhecidos 73 autocarros, tendo 24 deles sido incendiados e 49 danificados.