Ataque a selecção do Togo foi "acto isolado"
O governo angolano já garantiu a segurança de todas as equipas participantes na Taça das Nações Africanas considerando que o ataque ao autocarro da selecção do Togo se tratou de "um acto isolado". O episódio de terrorismo levado a cabo em Cabinda já foi reivindicado pela ala militar da Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC) e resultou em três mortos e oito feridos.
O autocarro da selecção do Togo foi alvo no dia de ontem de um ataque de metralhadora, dez quilómetros após ter cruzado a fronteira entre o Congo e Angola, no enclave de Cabinda, tendo morrido o treinador-adjunto da equipa, ainda o responsável pela imprensa e o motorista do autocarro, ficando outras oito pessoas feridas.
Um dos feridos com gravidade foi o guarda-redes da selecção do Togo, Kodjovi Kadja, entretanto transferido para a África do Sul, devido a uma lesão neurológica na região lombar, onde se encontra em estado grave, mas estável.
O ataque foi desde logo reivindicado pela ala militar da FLEC, organização que defende a independência do enclave de Cabinda, e teve como consequência imediata o possível abandono da formação do Togo e até o cancelamento do CAN2010.
Os jogadores do Togo anunciaram mesmo que já tinham decidido regressar a casa, abandonando a prova, estando apenas à espera de luz verde da sua federação, mas pouco depois o governo angolano veio anunciar não só a confirmação da realização da Taça das Nações Africanas com a presença da selecção do Togo.
Mas este não é um dado certo já que também surgem informações de que seria o próprio governo do Togo a exigir que a sua equipa regresse a casa considerando não haver condições para a sua continuidade em Angola após os trágicos acontecimentos de ontem.
Recorde-se que o Togo tem previsto um encontro na próxima segunda-feira, em Cabinda, com a selecção do Gana, no arranque do Grupo B do CAN2010.
A prova africana inicia-se amanhã, em Luanda, com o encontro entre a selecção anfitriã, Angola, e a do Mali, decorrendo a competição até ao dia 31 de Janeiro.
África do Sul garante segurança no Mundial
Em reacção aos acontecimento angolanos, a organização do Campeonato do Mundo de futebol da África do Sul já garantiu que as selecções presentes na prova que irá decorrer naquele país ainda este ano terão maior segurança que a prestada na Taça das Nações Africanas, em Angola.
Rich Mkhondo, assessor de imprensa do Mundial da África do Sul, considera que "não existe qualquer associação entre o que aconteceu em Angola e o trabalho que está a ser feito na África do Sul para preparar o campeonato da FIFA".
"Não podemos comparar a organização e a segurança em Angola e África do Sul, só porque os dois países estão na mesma região do globo", acrescentou.
A Selecção de Portugal está qualificada para a fase final do Campeonato do Mundo da África do Sul, que irá decorrer de 11 de Junho a 11 de Julho, integrando o Grupo G, juntamente com o Brasil, Coreia do Norte e Costa do Marfim.