As autoridades russas acusaram a Ucrânia de ter lançado um ataque com um drone contra um edifício em Moscovo, provocando uma explosão que foi ouvida na zona comercial da cidade. O tráfego aéreo esteve suspenso nos aeroportos civis da capital.
Depois de ativar os sistemas de defesa aérea da cidade, o drone "alterou a sua trajetória de voo", caindo sobre um edifício não residencial no dique de Krasnopresnenskaya, uma zona de Moscovo onde se encontram vários edifícios governamentais. Não foram registadas vítimas.
O ataque ocorreu por volta das 4h00 horas locais (2h00 em Lisboa), segundo o Ministério russo da Defesa.
O Ministério russo da Defesa acrescentou que os destroços não provocaram nenhum incêndio, enquanto o autarca de Moscovo sublinhou que o drone não provocou "nenhum dano significativo" ao edifício.
O tráfego aéreo foi brevemente suspenso nos quatro principais aeroportos da capital - Vnukovo, Domodedovo, Sheremetyevo e Zhukovsky. Sete voos foram redirecionados para aeroportos alternativos. O Expo Center é um grande complexo de pavilhões de exposições e salas multiusos, a menos de cinco quilómetros do Kremlin, a sede do governo da Rússia.
A Ucrânia não comentou o ataque, mas as autoridades de Kiev nunca reconheceram formalmente o lançamento de ataques contra alvos em Moscovo.
Também esta madrugada, o Ministério russo da Defesa acusou a Ucrânia de atacar com drones navais de superfície dois dos seus barcos de patrulha a 237 quilómetros a sudoeste de Sebastopol, no Mar Negro, às 22h55 (20h55 em Lisboa).
Segundo um comunicado, citado pela TASS, o ataque foi dirigido contra os barcos de patrulha Pytlivyi e Vasily Bykov, que conseguiram destruir os drones com as suas próprias armas.
Vários ataques com drones contra a capital russa
Até ao início deste ano, Moscovo não tinha sido afetada pela guerra na Ucrânia, mas nos últimos meses tem sido alvo de vários ataques de drones.
Os ataques aéreos com drones na Rússia têm aumentado desde que um drone foi destruído sobre o Kremlin no início de maio. Áreas civis da capital foram atingidas no final de maio e um distrito comercial de Moscovo foi alvo de dois ataques em três dias no início deste mês.
O New York Times relatou em maio que as agências de inteligência dos Estados Unidos acreditavam que espiões ucranianos ou inteligência militar estavam por trás do ataque de drones ao Kremlin.
A 30 de maio, vários edifícios da capital russa foram danificados numa vaga de ataques. No final de julho, dois drones embateram na fachada de vidro de um arranha-céus a poucas centenas de metros do Expo Center.
Na altura, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que a guerra estava a "regressar ao território da Rússia" e que se tratava de um "processo inevitável, natural e absolutamente justo".
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 fevereiro de 2022, desencadeando uma guerra que semeou a devastação em vastas áreas do leste e do sul da Ucrânia, matou ou feriu centenas de milhares de pessoas e desencadeou a maior rutura nos laços da Rússia com o Ocidente desde a Crise dos Mísseis de Cuba de 1962.
c/ agências