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Guerra na Ucrânia
"Ataques massivos". Rússia volta a intensificar ofensiva no leste da Ucrânia
Depois de, na terça-feira, as autoridades ucranianas terem acusado as forças russas de estarem a bombardear e a tentar cercar a cidade de Avdiivka, no leste da Ucrânia, Moscovo anunciou ter "melhorado" o posicionamento graças à ofensiva de grande escala nesta região industrial do Donbass.
“Os russos estão a realizar ataques massivos de artilharia desde as oito da manhã”, disse o chefe da administração militar da cidade, Vitaly Barabas, à agência francesa AFP na terça-feira. “O inimigo está a tentar cercar a cidade”, acrescentou.
Segundo Barabas, há mais de um ano que existia o risco de a cidade da região de Donetsk ser ocupada, mas nas últimas 24 horas, “a situação agravou-se rapidamente”.
As autoridades ucranianas relataram “ataques massivos” por parte das forças russas, assegurando contudo que tinham conseguido “evitar a perda de posições”.
De acordo com a mesma fonte, cerca de 1.600 pessoas ainda vivem em Avdiivka, em comparação com 30 mil antes da invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022. A cidade, cujos edifícios no centro foram destruídos nos últimos meses, fica a 13 quilómetros de Donetsk, a capital da região com o mesmo nome, controlada pelos russos.
Apesar de Kiev ter afirmado inicialmente que repeliu os ataques, que continuaram durante a madrugada desta quarta-feira, o Ministério da Defesa russo congratulou-se pelo progresso nesta região. As tropas, nomeadamente apoiadas pela artilharia, “melhoraram as posições em torno da linha da frente” perto de Avdiivka, indicou o Kremlin através do Telegram.
"Situação difícil"
O Exército da Rússia lançou uma série de ataques massivos na cidade, com milhares de soldados, tanques e veículos blindados, contra posições ucranianas, tentando cercá-las. Embora as autoridades ucranianas tenham perdido controlo de algumas áreas na periferia norte de Avdiivka, Kiev diz que ainda controla partes importantes da cidade industrial, ocupada por Moscovo.
“A situação é difícil. A luta intensa continua pelo segundo dia consecutivo”, afirmou entretanto Barabas, citado pelo Politico. “A ameaça de cerco existe há quase um ano, mas as nossas forças continuam a manter as linhas de defesa”.
Não há para já registo de vítimas civis, em consequência destes ataques russos, tendo o chefe da administração militar da cidade frisado o “instinto de sobrevivência” da população residente quando os confrontos se intensificaram.
Também o general ucraniano Oleksandr Tarnavskyi, disse no Telegram que as forças ucranianas intercetaram alguns dos ataques russo, incluindo um caça Su-25.
“No último dia, o inimigo lançou 26 ataques aéreos, travou 56 combates e realizou 849 ataques de artilharia”, disse Tarnavskyi.
“O nosso inimigo partiu ativamente para a ofensiva. Com equipamentos e agressões. Especialmente na direção de Avdiivka. Precisamos novamente do máximo apoio de todas as pessoas”, disse ainda o sargento Egor Firsov numa publicação no Facebook.
Esta ofensiva de grande escala visa cercar as forças ucranianas e garantir que Donetsk, a maior cidade ocupada pela Rússia na Ucrânia, não é retomada por Kiev. Além disso, Os intensos combates esgotam grandes quantidades de armas e munições, algo que a Ucrânia continua a pedir à comunidade internacional.