Pelo menos 15 pessoas morreram e outras 40 ficaram feridas, este sábado, na explosão de um camião armadilhado perto de um posto de controlo de Beledweyne, no centro da Somália. As autoridades locais afirmam tratar-se de um atentado suicida.
"Encontrámos os corpos de 15 pessoas, a maioria civis que se encontravam nas proximidades", adiantou à Associated Press Abdifatah Mohamed Yusuf, diretor-geral do Ministério da Gestão Humanitária e das Catástrofes do Estado somali de Hirshabelle.
Segundo o mesmo responsável, "20 dos feridos foram internados em hospitais de Beledweyne". Outras duas dezenas de pessoas "estão em estado crítico, o que levou a um pedido de transporte aéreo para Mogadíscio para tratamento médico avançado".Beledweyne é a principal cidade da região de Hiran, palco da ofensiva das tropas do Governo somali contra os militantes do grupo extremista islâmico al-Shabab.
Imagens publicadas nas redes sociais mostram a cabina de camião em chamas junto ao posto de controlo visado pelo ataque deste sábado.
The people of Beledweyne and Somalia will not be deterred by cowardly attacks on civilians. It is the actions of a detestable and vile group on its last days. We condemn it in the strongest possible terms. May Allah heal the wounded, and be Merciful to the dead. pic.twitter.com/BbQUmxKiEF
— Mohamed Abdi Ware (@HShPrez2Ware) September 23, 2023
Por sua vez, o diretor do Hospital Geral de Beledweyne, Suleyman Abdi Ali, adiantou que a sua unidade recebeu os corpos de dez das vítimas.
O ataque de Beledweyne, que ainda não foi reivindicado, acontece num contexto de "vários reveses importantes" na ofensiva das autoridades da Somália contra os extremistas conotados com a Al Qaeda - foi o próprio Governo que o reconheceu, em carta remetida a 19 de setembro às Nações Unidas.
Eleito em maio de 2022, o presidente somali, Hassan Sheikh Mohamud, comprometeu-se a mover uma "guerra total" ao al-Shabab. Há maios de um ano que as tropas regulares, apoiadas por milícias locais e pelo contingente da União Africana, levam a cabo uma ofensiva no centro do país.
Mogadíscio apelou já à ONU para que prolongue por três meses a presença de tropas da União Africana no país. A retirada está prevista para o final de setembro.
c/ Lusa, AFP e Associated Press