Atirador mata 32 na Universidade da Virginia antes de se suicidar
Um atirador matou, segunda-feira, 33 pessoas, incluindo a si próprio, e feriu outras 26, na Universidade Técnica da Virgínia, em Blacksburg, conhecida pelo sua classe de cadetes (um programa de treino militar) e pela sua equipa de futebol.
Dois estudantes portugueses estão matriculados nesta Universidade, fundada em 1872, que conta hoje com 25 mil estudantes.
Cinquenta e oito portugueses habitam Blacksburg, cidade de 40 milhões de habitantes. As autoridades divulgam hoje a lista das vítimas deste tiroteio, o mais mortífero na história num estabelecimento escolar dos Estados Unidos.
Virgínia Tech é conhecida pela sua classe de cadetes, um programa de treino militar dentro da Universidade. O serviço de quatro anos nesta classe era obrigatório até 1923. O serviço de dois anos era exigido aos homens até 1964, altura em que se tornou voluntário. A classe admitiu as primeiras mulheres cadetes em 1973. Os tiroteios de segunda-feira ocorreram num dormitório e num edifício destinado às aulas com um intervalo de duas horas. Duas pessoas morreram numa dependência do dormitório e as outras 31 no edifício da Faculdade de Engenharia, incluindo o atirador, disse a polícia.
Os estudantes lamentaram não ter havido anúncios públicos ou outros avisos no campus até chegar um e-mail, mais de duas horas depois do primeiro incidente, altura em que o atirador atacou outra vez.
O presidente da Universidade Técnica da Virgínia, Charles Steger, disse que as autoridades acreditaram que os disparos no dormitório eram uma disputa interna e erradamente pensaram que o atirador tinha fugido do campus.
"Não tínhamos razão para suspeitar que outro incidente ia ocorrer", disse.
Defendeu a forma como a Universidade lidou com esta tragédia afirmando:"Só pudemos tomar decisões baseadas nas informações que tínhamos na altura. Não temos horas para reflectir nisso".
Os investigadores não apresentaram até aqui motivos para o ataque. O nome do atirador não foi divulgado e não se sabe se era um estudante. Ao final do dia, numa conferência de imprensa, o presidente da Universidade e o chefe da polícia disseram que estão ainda a investigar se os tiroteios estão relacionados. Mas, ao início do dia, o chefe de polícia disse acreditar que era apenas um atirador.
O chefe da polícia da Universidade de Virgínia recusou-se a dizer quantas armas o atirador transportava consigo. Mas um agente da lei, falando a coberto do anonimato, disse que o atirador tinha duas pistolas e vários cartuxos de munições.
Os disparos semearam o pânico e a confusão no campus, com testemunhas a dizer que estudantes saltavam pelas janelas para escapar aos disparos.
Estudantes e membros do corpo docente transportaram alguns dos feridos, sem esperarem pelas ambulâncias. Um comando da polícia irrompeu em grande número pelo recinto.
"As escolas devem ser lugares de segurança, santuários do conhecimento", disse o presidente Bush segunda-feira à tarde (hora local).
"Quando esse santuário é violado, o impacto é sentido em todas as salas de aula norte-americanas, em todas as comunidades norte-americanas", salientou.
Antes de segunda-feira, o ataque mais mortífero num campus na história dos Estados Unidos ocorreu em 1966, na Universidade do Texas, onde Chalres Whitman subiu ao 28/o andar da torre de um relógio e abriu fogo. Matou 16 pessoas antes de ser morto pela polícia.