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Aung San Suu Kyi vai perder prémio Liberdade de Edimburgo
A chefe de Governo de Myanmar vai perder o prémio Liberdade de Edimburgo por não tomar uma posição sobre os ataques militares contra os Rohingya, uma minoria muçulmana no país. Esta atitude já fez com que Aung San Suu Kyi perdesse seis distinções no último ano.
Em 1991, Aung San Suu Kyi recebia o prémio Nobel da Paz por liderar a Liga Nacional pela Democracia (LND), um movimento pró-democrático reprovado pelo Governo militar. Por lutar pela democracia e paz em Myanmar foi colocada em prisão domiciliária durante cerca de 15 anos. Foi libertada em 2010.
Devido à sua ação política, Aung San Suu Kyi foi galardoada com vários prémios. No entanto, as distinções que lhe foram entregues por lutar pela paz estão a ser revogadas.
A perda do prémio Liberdade de Edimburgo será a sétima distinção retirada à primeira-ministra de Myanmar, de acordo com o jornal The Guardian. Desta forma, Edimburgo segue o exemplo de Oxford, Glasgow e Newcastle, que também a distinguiram, e depois revogaram Aung San Suu Kyi com os prémios de Liberdade das suas cidades.
As decisões têm como base o facto de, nos últimos tempos, a atual chefe de Governo não se ter pronunciado sobre a violência militar contra os Rohingya, uma minoria muçulmana no Estado de Rahkine, em Myanmar. A maioria religiosa do país é budista.
Os ataques contra os Rohingya começaram em agosto do ano passado, obrigando 700 mil pessoas a fugir para o Bangladesh. Várias pessoas foram mortas e violadas pelas forças militares, naquilo a que as Nações Unidas classificaram como uma “limpeza étnica”.
Prémio foi atribuído em 2005
O prémio Liberdade de Edimburgo foi atribuído à atual chefe de Governo em 2005. Na altura, o Lord Provost da capital escocesa – equivalente a presidente de Câmara – comparou Aung San Suu Kyi a Nelson Mandela, descrevendo-a como “um símbolo de resistência pacífica face à opressão”.
No entanto, a sua atitude passiva face aos atuais acontecimentos em Myanmar obrigaram Frank Ross, atual Lord Provost de Edimburgo, a escrever-lhe em novembro. Ross apelou à “coragem moral e influência incomensuráveis” de Aung San Suu Kyi, para que permitisse o regresso seguro dos rohingya ao estado de Rakhine.
A resposta não se fez ouvir, pelo que Ross apresentou uma moção a pedir que o prémio Liberdade de Edimburgo lhe fosse retirado com efeitos imediatos. É a segunda vez, desde 1890, que Edimburgo revoga o prémio.
Aung San Suu Kyi culpa terroristas
Os ataques em Myanmar foram lançados a 25 de agosto pelo Exército da Salvação Rohingya, que Myanmar classifica como um grupo terrorista. Apesar de estes afirmarem que as suas raízes no Estado de Rahkine, no Myanmar, remontam há vários séculos, não lhes é concedida a cidadania.
Isto porque muitos budistas do país acreditam que os Rohingya são bengalis, que migraram ilegalmente para o país durante a ocupação britânica.
Na terça-feira, Aung San Suu Kyi deu uma palestra em Singapura onde examinou os dois primeiros anos enquanto chefe de Governo. Na sua intervenção não designou os Rohingya pelo nome, preferindo fazer uma alusão a grupos terroristas, tal como reporta a agência Reuters.
“O perigo das atividades terroristas, que foram a causa inicial para os eventos que levaram a esta crise humanitária em Rahkine, continua a ser real e presente”, defendeu.
Quando questionada na palestra sobre o regresso dos Rohingya a Myanmar, Aung San Suu Kyi declarou que era difícil colocar uma data de regresso fixa, sugerindo que caberia ao Bangladesh - o país fronteiriço para onde a minoria fugiu – começar esse processo.
“Os retornados terão de ser devolvidos pelo Bangladesh. Nós só podemos recebê-los na fronteira. Acredito que o Bangladesh também terá de decidir o quão rápido quer que esse processo seja”, explicou a chefe de Governo.
Devido à sua ação política, Aung San Suu Kyi foi galardoada com vários prémios. No entanto, as distinções que lhe foram entregues por lutar pela paz estão a ser revogadas.
A perda do prémio Liberdade de Edimburgo será a sétima distinção retirada à primeira-ministra de Myanmar, de acordo com o jornal The Guardian. Desta forma, Edimburgo segue o exemplo de Oxford, Glasgow e Newcastle, que também a distinguiram, e depois revogaram Aung San Suu Kyi com os prémios de Liberdade das suas cidades.
As decisões têm como base o facto de, nos últimos tempos, a atual chefe de Governo não se ter pronunciado sobre a violência militar contra os Rohingya, uma minoria muçulmana no Estado de Rahkine, em Myanmar. A maioria religiosa do país é budista.
Os ataques contra os Rohingya começaram em agosto do ano passado, obrigando 700 mil pessoas a fugir para o Bangladesh. Várias pessoas foram mortas e violadas pelas forças militares, naquilo a que as Nações Unidas classificaram como uma “limpeza étnica”.
Prémio foi atribuído em 2005
O prémio Liberdade de Edimburgo foi atribuído à atual chefe de Governo em 2005. Na altura, o Lord Provost da capital escocesa – equivalente a presidente de Câmara – comparou Aung San Suu Kyi a Nelson Mandela, descrevendo-a como “um símbolo de resistência pacífica face à opressão”.
No entanto, a sua atitude passiva face aos atuais acontecimentos em Myanmar obrigaram Frank Ross, atual Lord Provost de Edimburgo, a escrever-lhe em novembro. Ross apelou à “coragem moral e influência incomensuráveis” de Aung San Suu Kyi, para que permitisse o regresso seguro dos rohingya ao estado de Rakhine.
A resposta não se fez ouvir, pelo que Ross apresentou uma moção a pedir que o prémio Liberdade de Edimburgo lhe fosse retirado com efeitos imediatos. É a segunda vez, desde 1890, que Edimburgo revoga o prémio.
Aung San Suu Kyi culpa terroristas
Os ataques em Myanmar foram lançados a 25 de agosto pelo Exército da Salvação Rohingya, que Myanmar classifica como um grupo terrorista. Apesar de estes afirmarem que as suas raízes no Estado de Rahkine, no Myanmar, remontam há vários séculos, não lhes é concedida a cidadania.
Isto porque muitos budistas do país acreditam que os Rohingya são bengalis, que migraram ilegalmente para o país durante a ocupação britânica.
Na terça-feira, Aung San Suu Kyi deu uma palestra em Singapura onde examinou os dois primeiros anos enquanto chefe de Governo. Na sua intervenção não designou os Rohingya pelo nome, preferindo fazer uma alusão a grupos terroristas, tal como reporta a agência Reuters.
“O perigo das atividades terroristas, que foram a causa inicial para os eventos que levaram a esta crise humanitária em Rahkine, continua a ser real e presente”, defendeu.
Quando questionada na palestra sobre o regresso dos Rohingya a Myanmar, Aung San Suu Kyi declarou que era difícil colocar uma data de regresso fixa, sugerindo que caberia ao Bangladesh - o país fronteiriço para onde a minoria fugiu – começar esse processo.
“Os retornados terão de ser devolvidos pelo Bangladesh. Nós só podemos recebê-los na fronteira. Acredito que o Bangladesh também terá de decidir o quão rápido quer que esse processo seja”, explicou a chefe de Governo.