Austrália. Comunidade internacional condena ataque "anti-semita", várias cidades reforçam segurança

Na reação ao ataque na praia de Bondi, em Sydney, que provocou pelo menos dezasseis mortos e dezenas de feridos, os líderes mundiais condenam a ação “anti-semita”. Entretanto, cidades como Berlim, Londres e Nova Iorque reforçaram a segurança nos eventos relacionados com a celebração do Hanukkah, uma festa judaica que se inicia este domingo.

Andreia Martins - RTP /
Foto: Mick Tsikas - EPA

A comunidade internacional está a condenar em uníssono o ataque deste domingo na praia de Bondi, em Sydney, na Austrália. 
Pelo menos 16 pessoas morreram e dezenas de pessoas ficaram feridas, num ato que as autoridades classificaram de “terrorismo”. Este domingo, o ministro francês dos Negócios Estrangeiros confirmou que uma das vítimas do ataque tinha nacionalidade francesa

O novo balanço das autoridades australianas confirmou 16 vítimas mortais na sequência deste ataque. 
O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, considerou este domingo que se tratou de “um ataque direcionado contra os judeus australianos no primeiro dia do Hanukkah”, mas que é igualmente um ataque “contra todos os australianos”.

Classificou este ataque como “um ato malicioso, anti-semita e terrorista”. 

O ataque desencadeou uma forte reação por parte de Telavive, que pediu a Sydney uma “ação firme” contra o anti-semitismo.

“O anti-semitismo é um cancro que se espalha quando os líderes permanecem em silêncio e não agem", declarou o primeiro-ministro israelita. 

Benjamin Netanyahu acusou mesmo o Governo australiano de ter “lançado achas na fogueira do anti-semitismo” no país ao ter anunciado há apenas alguns meses o reconhecimento do Estado palestiniano. 

O ministro israelita dos Negócios Estrangeiros, Gideon Saar, pediu no domingo ao seu homólogo australiano que "tome medidas firmes" contra o anti-semitismo e o presidente israelita, Isaac Herzog, condenou o "cruel ataque contra os judeus".

Também a Autoridade Palestiniana condenou o ataque deste domingo e afirmou a rejeição de “todas as formas de violência, terrorismo e extremismo”. 

Nos Estados Unidos, o secretário de Estado Marco Rubio vincou que o “anti-semitismo não tem lugar neste mundo”. 

O secretário-geral da ONU, António Guterres, por sua vez, disse estar “horrorizado” e condenou “o hediondo e mortal” ataque contra “famílias judias reunidas em Sydney para celebrar o Hanukkah”.

Em Portugal, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condenou a violência sobretudo quando é “originada pelo ódio, nomeadamente o anti-semitismo, o racismo, a xenofobia, a intolerância”.

Este tipo de ataques “lembra os tempos mais negros da nossa história recente” e “atenta contra a dignidade humana e o respeito pelo outro”. 
Reforço de segurança

Na sequência deste ataque em Sydney, grandes cidades com comunidades judaicas significativas estão a reforçar a segurança dos eventos que marcam o início do Hanukkah. 

A polícia de Berlim informou que intensificou as medidas de segurança em redor das Portas de Brandemburgo, na capital alemã, que irá receber um evento. 

Também Nova Iorque está a implementar um reforço de segurança nas sinagogas da cidade e em Varsóvia, a principal sinagoga terá segurança duplicada para esta noite. 

Em linha com estas cidades, o ministro francês do Interior, Laurent Nuñez, pediu um reforço de segurança em torno de locais de culto judaicos entre os dias 14 e 22 de dezembro.

(com agências)
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