Mundo
Austrália desfaz planos terroristas de larga escala
No último domingo, as autoridades australianas já haviam indicado que tinham evitado um ato terrorista para fazer cair um avião comercial com passageiros a bordo. Quatro suspeitos foram detidos, dois deles irmãos. No aeroporto de Sidney, foram implementadas novas medidas de segurança, enquanto as investigações apontavam para ligações ao Estado Islâmico. Dois dos irmãos ficaram detidos para serem novamente ouvidos dentro de três meses.
Dois dos quatro detidos no último sábado são irmãos, Khaled (49 anos) e Mahmoud (32) Khayat, os operacionais que planeavam levar a cabo, não um, mas dois atentados na Austrália. A trabalhar com eles à distância estava um terceiro irmão, Tarek Mahmoud, que as autoridades acreditam ser um combatente do EI e que terá enviado os componentes para elaborar um engenho explosivo de alta potência. Material militar embarcado via aérea da Turquia para Sydney.
No último fim de semana as autoridades australianas garantiam ter travado um plano de ataque terrorista, mas a teia deslindada estava ainda oculta em declarações pouco precisas, que deixavam lugar à conjetura. Hoje sabe-se que, dos quatro suspeitos, dois ficaram detidos, precisamente os dois irmãos, devendo voltar a ser ouvidos em tribunal a 14 de novembro. Um terceiro estará ainda a ser interrogado e não é conhecida qualquer decisão, enquanto o quarto suspeito foi libertado.
As investigações iniciais da polícia e as declarações oficiais apontavam a pista da ligação radical islâmica. Na altura, o primeiro-ministro Malcom Turnbull confirmava apenas ter sido desencadeada uma enorme operação contraterrorista: “Posso afirmar que a noite passada [sábado, 29 de Junho] houve uma grande operação antiterrorista conjunta para desmantelar um plano terrorista para abaterem um avião. A operação prossegue. Neste momento quatro pessoas foram detidas e uma grande quantidade de material foi confiscada pela polícia”.
Cinco dias depois, desenrola-se a teia que divide a história em dois atentados em fase de planeamento, um deles, visando um avião comercial, mais próximo da execução do que o outro, que teria a ver com a construção de uma bomba para pulverização de gases mortais em espaços concentrados.
Engenho no avião
Um dos ataques que estava a ser preparado por estes suspeitos visava a aviação comercial e terá mesmo sido feito um primeiro ensaio – ou tentativa frustrada – do plano a levar a cabo. É neste ponto que entra um quarto irmão da família Khayat, não identificado pela polícia e que não estará envolvido na rede terrorista. A 15 de Junho passado, o mais novo dos quatro irmãos embarcou num avião no aeroporto internacional de Sydney, num voo da Etihad Airways.Esse irmão mais novo viajou para o estrangeiro, as autoridades descartam o seu envolvimento e dizem não haver planos para a sua detenção.
O irmão mais velho, Khaled, terá então tentado fazer embarcar como bagagem de porão uma mala onde estaria montado um IED (sigla inglesa para improvised explosive device, engenho explosivo artesanal). A mala não seria embarcada como mala de mão, o que terá levado as autoridades a descartar o envolvimento desse irmão mais novo nos planos do ataque ao avião.
No entanto e também sem que as forças de segurança encontrem para já uma explicação – ou pelo menos não a revelam –, Khaled Khayat desistiu da ação, recolheu a mala e voltou para casa.
Um pormenor que está a levantar polémica na Austrália tem a ver com a primeira fase deste plano, já que os componentes do IED a usar no avião comercial terão entrado no país via aérea, talvez por esse mesmo aeroporto de Sydney, enviadas por Tarek desde a Turquia.
Tarek terá ainda estado em contacto com os irmãos para fornecer instruções para a montagem da bomba, que seria composta por explosivos de origem militar.Uma segunda bomba
As autoridades revelaram esta sexta-feira que um segundo tipo de bomba estava também no plano do grupo.
Diferente do IED, esta seria de natureza explosiva – um engenho para dispersão química - mas para espalhar um gás letal em espaços fechados e de grande concentração como, por exemplo, transportes públicos. Esse gás seria o sulfeto de hidrogénio (H2S), também referido como gás sulfídrico ou sulfidreto.
De acordo com a Wikipédia, trata-se de um gás com odor de ovos podres e carne em decomposição. Em solução aquosa é chamado de ácido sulfídrico. “O sulfeto de hidrogénio é um composto corrosivo, venenoso e gasoso no seu estado natural”, acrescenta a enciclopédia online.
O ataque com base neste tipo de estratégia terá vindo a ser adiado face à incapacidade dos atacantes de produzirem sulfeto de hidrogénio em quantidade adequada. O “sulfeto de hidrogénio é considerado um veneno de largo espectro, o que significa que pode envenenar diferentes sistemas no corpo, embora o sistema nervoso seja principalmente afetado”, indica a Wikipédia. Um especialista ouvido pela CNN explica que é necessária uma certa concentração para que o gás se torne letal, mas que, nas quantidades certas se torna letal.
“Concentrações de mais de 500 partes por milhão (ppm) de sulfeto de hidrogénio podem resultar em asfixia. Concentrações de 700 ppm resultarão em morte se não for prestada imediata assistência”, explicou Ian Musgrave, farmacologista molecular e toxicologista da Universidade de Adelaide.
As autoridades australianas indicaram entretanto que prosseguem as investigações, tendo sido noticiadas buscas a propriedades em Sydney, incluindo os subúrbios de Surry Hills, Lakemba, Wiley Park e Punchbowl. Já ontem, o primeiro-ministro Malcolm Turnbull anunciou que foi aumentado o nível de ameaça de ataque terrorista nos aeroportos.
No último fim de semana as autoridades australianas garantiam ter travado um plano de ataque terrorista, mas a teia deslindada estava ainda oculta em declarações pouco precisas, que deixavam lugar à conjetura. Hoje sabe-se que, dos quatro suspeitos, dois ficaram detidos, precisamente os dois irmãos, devendo voltar a ser ouvidos em tribunal a 14 de novembro. Um terceiro estará ainda a ser interrogado e não é conhecida qualquer decisão, enquanto o quarto suspeito foi libertado.
As investigações iniciais da polícia e as declarações oficiais apontavam a pista da ligação radical islâmica. Na altura, o primeiro-ministro Malcom Turnbull confirmava apenas ter sido desencadeada uma enorme operação contraterrorista: “Posso afirmar que a noite passada [sábado, 29 de Junho] houve uma grande operação antiterrorista conjunta para desmantelar um plano terrorista para abaterem um avião. A operação prossegue. Neste momento quatro pessoas foram detidas e uma grande quantidade de material foi confiscada pela polícia”.
Cinco dias depois, desenrola-se a teia que divide a história em dois atentados em fase de planeamento, um deles, visando um avião comercial, mais próximo da execução do que o outro, que teria a ver com a construção de uma bomba para pulverização de gases mortais em espaços concentrados.
Engenho no avião
Um dos ataques que estava a ser preparado por estes suspeitos visava a aviação comercial e terá mesmo sido feito um primeiro ensaio – ou tentativa frustrada – do plano a levar a cabo. É neste ponto que entra um quarto irmão da família Khayat, não identificado pela polícia e que não estará envolvido na rede terrorista. A 15 de Junho passado, o mais novo dos quatro irmãos embarcou num avião no aeroporto internacional de Sydney, num voo da Etihad Airways.Esse irmão mais novo viajou para o estrangeiro, as autoridades descartam o seu envolvimento e dizem não haver planos para a sua detenção.
O irmão mais velho, Khaled, terá então tentado fazer embarcar como bagagem de porão uma mala onde estaria montado um IED (sigla inglesa para improvised explosive device, engenho explosivo artesanal). A mala não seria embarcada como mala de mão, o que terá levado as autoridades a descartar o envolvimento desse irmão mais novo nos planos do ataque ao avião.
No entanto e também sem que as forças de segurança encontrem para já uma explicação – ou pelo menos não a revelam –, Khaled Khayat desistiu da ação, recolheu a mala e voltou para casa.
Um pormenor que está a levantar polémica na Austrália tem a ver com a primeira fase deste plano, já que os componentes do IED a usar no avião comercial terão entrado no país via aérea, talvez por esse mesmo aeroporto de Sydney, enviadas por Tarek desde a Turquia.
Tarek terá ainda estado em contacto com os irmãos para fornecer instruções para a montagem da bomba, que seria composta por explosivos de origem militar.Uma segunda bomba
As autoridades revelaram esta sexta-feira que um segundo tipo de bomba estava também no plano do grupo.
Diferente do IED, esta seria de natureza explosiva – um engenho para dispersão química - mas para espalhar um gás letal em espaços fechados e de grande concentração como, por exemplo, transportes públicos. Esse gás seria o sulfeto de hidrogénio (H2S), também referido como gás sulfídrico ou sulfidreto.
De acordo com a Wikipédia, trata-se de um gás com odor de ovos podres e carne em decomposição. Em solução aquosa é chamado de ácido sulfídrico. “O sulfeto de hidrogénio é um composto corrosivo, venenoso e gasoso no seu estado natural”, acrescenta a enciclopédia online.
O ataque com base neste tipo de estratégia terá vindo a ser adiado face à incapacidade dos atacantes de produzirem sulfeto de hidrogénio em quantidade adequada. O “sulfeto de hidrogénio é considerado um veneno de largo espectro, o que significa que pode envenenar diferentes sistemas no corpo, embora o sistema nervoso seja principalmente afetado”, indica a Wikipédia. Um especialista ouvido pela CNN explica que é necessária uma certa concentração para que o gás se torne letal, mas que, nas quantidades certas se torna letal.
“Concentrações de mais de 500 partes por milhão (ppm) de sulfeto de hidrogénio podem resultar em asfixia. Concentrações de 700 ppm resultarão em morte se não for prestada imediata assistência”, explicou Ian Musgrave, farmacologista molecular e toxicologista da Universidade de Adelaide.
As autoridades australianas indicaram entretanto que prosseguem as investigações, tendo sido noticiadas buscas a propriedades em Sydney, incluindo os subúrbios de Surry Hills, Lakemba, Wiley Park e Punchbowl. Já ontem, o primeiro-ministro Malcolm Turnbull anunciou que foi aumentado o nível de ameaça de ataque terrorista nos aeroportos.