O reconhecimento formal da Coligação Nacional, que conquistou o apoio de mais de uma centena de nações, abre a porta a uma maior ajuda humanitária às forças que lutam contra o regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad, e ainda a uma eventual assistência militar.

Para a Austrália, a coligação "tem a responsabilidade de desenvolver ainda mais a sua estrutura política, melhorar a sua unidade interna e construir uma visão partilhada para a Síria", realçou Carr, em declarações à cadeia televisiva australiana ABC.

A coligação síria, formada em novembro durante uma conferência no Qatar, solicitou uma maior ajuda por parte da comunidade internacional.

A Austrália pretende aumentar para 31,7 milhões de dólares (24,2 milhões de euros) a ajuda humanitária, destinada a apoiar organizações não-governamentais de que prestam assistência a civis, mas não planeia, contudo, canalizar verbas para munir de armas grupos da oposição.

"Estive em dois campos de refugiados na Jordânia e vi sírios a cruzar a fronteira de noite em penosas condições, sem nada, sem sequer uma mochila", declarou o chefe da diplomacia australiana, citado pela agência noticiosa espanhola Efe.

Apesar disso, Carr reconheceu que estão a ser cometidas atrocidades por ambas as partes do conflito, instando-as a alcançar um cessar-fogo e a iniciar um processo de transição para que "todas as forças políticas possam competir democraticamente".

O anúncio ocorreu um dia depois de os Estados Unidos terem reconhecido o recém-formado Conselho da Oposição Síria como legítimo representante do povo sírio.

Desde que o conflito começou, em março de 2011, já morreram mais de 42 mil pessoas, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.