Avalanche atinge hotel em Itália e faz vários mortos

por RTP
EPA

A informação foi avançada pela imprensa italiana e dá conta de várias vítimas mortais num pequeno hotel na cidade de Farindola, situada na montanha Gran Sasso, na região de Abruzzo. A avalanche separou-se da montanha depois de uma série de sismos que abalaram na quarta-feira a região no centro de Itália. Para já foi encontrada nos escombros uma vítima mortal.

O hotel Rigopiano estava integrado numa estância de ski no centro de Itália, na província de Pescara, a 150 quilómetros de Roma. A agência de notícias Ansa cita Antonio Crocetta, um elemento da equipa de resgate, que diz que a avalancha terá causado "vários mortos".

As autoridades acreditam que se encontravam hospedadas cerca de 22 pessoas, sem contar com os trabalhadores do hotel, num total de pelo menos 29 pessoas. Até ao momento há a confirmação de uma vítima mortal, um homem que foi retirado dos escombros pouco depois das 09h00.

“Não temos sido capazes de fazer muita coisa. A estrutura colapsou. É mais um monte de entulho que um hotel”, refere Antonio Crocetta, membro da equipa de resgate. O responsável acrescenta que o que resta do hotel está “em perigo de colapsar”.

A avalanche atingiu o hotel ainda durante o dia de quarta-feira, mas a dificuldade nos acessos ao local está a dificultar o trabalho das equipas de resgate. A estância encontra-se a 1300 metros de altitude, na cordilheira dos Alpeninos, a cerca de 45 quilómetros da cidade costeira de Pescara.

"Esta foi uma noite complicada, tanto pelos problemas relacionados com o mau tempo - e estamos constantemente a monitorizar as situaçoes mais graves - e sobretudo estivemos todos empenhados em chegar ao hotel. Chegámos [ao hotel] às 04h00 da manhã com homens corajosos, que enfrentaram condições insuportáveis", revela Fabrizio Curcio, diretor da proteção civil italiana.

O responsável confirma que duas pessoas foram retiradas com vida e que continuam a tentar colocar mais meios de salvamento, uma situação dificultada devido à enorme quantidade de neve. "Estamos a avaliar estas condições que são proibitivas, mesmo para socorristas profissionais", acrescenta.

A avalanche surgiu na sequência de quatro sismos, todos entre as magnitudes de 5.1 e 5.7 na escala de Richter.

O alerta de avalanche dado por volta das 22h00 pela população local de Farindola, tendo o telhado colapsado parcialmente com o embate, mas as primeiras equipas de resgate só conseguiram chegar ao local depois das 4h00 da manhã (hora local, menos uma hora em Lisboa). O momento da chegada das equipas de resgate foi registado em vídeo.

Duas pessoas que se encontravam no exterior do hotel já estão a salvo. Uma está em estado de hipotermia e foi transferida para o hospital por helicóptero, mas não correm perigo de vida.

Giampero Parete, cozinheiro de profissão, estava em Rigopiano de férias. Foi retirado com vida dos escombros mas revela a sua situação de desespero. Em declarações ao Corriere della Sera, explica que estava fora do hotel e separou-se da família por ter ido ao carro no momento em que a avalanche atingiu o hotel. 

"Eu estou a salvo, mas perdi tudo. Lá em baixo estão a minha esposa e os meus dois filhos, Ludovica que tem seis anos e Gianfilippo, que tem oito anos", diz o sobrevivente.

Através do Whatsapp, os dois sobreviventes enviaram alertas às equipas de resgate durante a noite onde se pode ler: “Ajuda ajuda estamos a morrer de frio”. Nos primeiros pedidos de ajuda, as autoridades não acreditaram nas mensagens.

Depois da avalanche, vários meios de comunicação mostram como era o hotel de Rigopiano antes de ser atingido pela avalanche.

A estância de luxo agora varrida pela intempérie tinha três andares, incluindo piscina, spa e restaurante. Antonio di Marco, presidente da província de Pescara, refere que o edifício se deslocou dez metros com a força do embate.

As equipas de resgate falam de um evento "extraordinário" que deixou o hotel completamente destruído. Os socorristas falam num cenário apocalíptico. No local tentam cavar e encontrar sobreviventes entre os quatro metros de neve que submergem a antiga estrutura.

"Nós chamamos em voz alta, mas ninguém responde", refere um bombeiro à imprensa italiana.
Entretanto, começam a circular as primeiras imagens do interior do hotel após a avalanche, que mostram a entrada e a escadaria principal coberta de neve, detritos e escombros.

As imagens do hotel mostram neve e escombros. A equipa de resgate filmou um momento de escavação na neve que levou à retirada de um sobrevivente.

A agência italiana de Proteção Civil já avisou para possíveis avalanches noutras localizações, já que a situação onde ocorreram os sismos se mantém muito crítica.

“Temos mau tempo e sismos na mesma área,  o que gera uma situação muito complicada. Mas não perdemos um minuto e estamos a empreender todos os recursos necessários de salvamento”, esclarece Fabrizio Curcio, da proteção civil italiana.
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