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Aviação de Israel retoma bombardeamentos sobre Gaza

por Carlos Santos Neves - RTP
Soldados israelitas fotografados em meados de maio perto da fronteira com a Faixa de Gaza Baz Ratner - Reuters

A aviação israelita desencadeou na última noite pelo menos duas vagas de bombardeamentos sobre presumíveis alvos do movimento palestiniano Hamas na Faixa de Gaza. O ataque foi ordenado em retaliação pelo lançamento de rockets a partir daquele território.

Terão sido atingidos, segundo as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), 15 alvos do movimento palestiniano que administra a Faixa de Gaza. As estruturas militares israelitas dizem ter visado instalações de produção e armazenamento de armas.O lançamento de rockets constitui uma violação do cessar-fogo decretado pelo próprio Hamas na semana passada.


Tratou-se, ainda de acordo com as IDF, da resposta a rockets disparados a partir do território palestiniano e a “diversas atividades terroristas aprovadas e orquestradas pelo Hamas durante o fim de semana”.

Três dos projéteis, lê-se na edição online do jornal israelita Haaretz, foram intercetados pela denominada Cúpula de Ferro, o sistema antimíssil do Estado hebraico.

Na noite de sábado, foram disparadas pelo menos duas granadas de morteiro a partir de Gaza contra o sul de Israel, sem notícia de danos materiais ou vítimas no flanco israelita da fronteira. Outros quatro projéteis foram lançados às primeiras horas deste domingo.

Fontes palestinianas, citadas pelo mesmo diário israelita, adiantavam esta manhã que o Hamas estaria a tentar apurar a autoria dos disparos de rockets, suspeitando à partida de um grupo rebelde a operar à margem da ordem de cessar-fogo.

O movimento palestiniano anuiu a um cessar-fogo após conversações com o Governo egípcio – sem a presença de Israel.
Socorrista abatida

Os ataques da última noite aconteceram depois do funeral de Razan al-Najjar, uma socorrista palestiniana de 21 anos baleada na sexta-feira, perto de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, por soldados do Tsahal. Outras 40 pessoas ficaram feridas nestas manifestações palestinianas.

Milhares de palestinianos acompanharam as cerimónias fúnebres de Razan al-Najjar, que haveriam de dar lugar a novos confrontos nas proximidades da fronteira, com palestinianos a atirar pedras contra soldados israelitas.



Tal como havia já acontecido na véspera, vários focos de incêndio deflagraram no sábado em campos israelitas perto da fronteira com Gaza. Bombeiros e socorristas de Israel suspeitam que as chamas tenham sido ateadas com recurso a papagaios lançados a partir da Faixa de Gaza.

Os incêndios tiveram início na manhã de sábado. Um dos focos consumiu boa parte de uma reserva natural. O combate às chamas mobilizou dezenas de bombeiros e quatro meios aéreos.

O movimento Hamas - a par de outras fações palestinianas - espera ver concretizada, na próxima terça-feira, uma marcha com dezenas de milhares de pessoas para marcar os 51 anos da Guerra dos Seis Dias – para os palestinianos, é o dia da Nakba, palavra árabe que significa “catástrofe”, ou “desastre”, e que descreve o êxodo palestiniano de 1948.
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