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Base da Força Aérea saudita atacada por "drone" dos rebeldes iemenitas

por RTP
Destroços de um "drone" Qasef 1, expostos pelo Pentágono Reuters

O ataque contra o paiol da base aérea de Najran, às primeiras horas de hoje, foi noticiado pelos rebeldes hutis, que não forneceram detalhes sobre vítimas ou estragos causados.

O ataque foi noticiado pelo canal de notícias Almasirah, dos rebeldes hutis, e, segundo citação da Al Jazeera, atingiu o paiol da base aérea, situada dentro do território saudita, 840 quilómetros para sudoeste de Riade, e próximo da fronteira com o Iémen. Foi levado a cabo com um "drone" Qasef-2K, e não é clara a extensão das perdas e danos que terá produzido.

Anteriormente, o coronel Turki al-Maliki, um porta-voz da coligação militar que conduz a guerra no Iémen sob o comando da Arábia Saudita, afirmara que os rebeldes tinham "tentado" atingir um alvo civil em Najran, acrescentando que há meios poderosos para dissuadir este tipo de ataques, levados a cabo por aquilo que classificou como "milícias terroristas do Irão".

O facto é que Najran tem sido várias vezes alvo dos rebeldes, o que em parte se explica por ser uma base dos serviços secretos  e dos boinas verdes norte-americanos estacionados junto da fronteiroa do Iémen. Contudo, o Pentágono não quis comentar o ataque de hoje.

Na semana passada, os rebeldes tinham também atacado com um "drone" um oleoduto saudita, a ocidente de Riade, ocasionando desse modo um agravamento das tensões entre os Estados Unidos e o Irão.
"Drones" cada vez mais sofisticados
O ataque da semana passada evidenciara já, segundo os peritos, um incremento notável na sofisticação com que os rebeldes hutis do grupo Ansar Allah recorrem agora aos "drones". O oleoduto Aramco Leste-Oeste, que leva o petróleo ao porto de Yenbu, foi atingido com precisão em duas das suas estações elevatórias. Embora os estragos não fossem importantes, o impacto psicológico foi muito considerável, por revelar a vulnerabilidade a ataques rebeldes por parte de uma infraestrutura de decisiva importância.

Já antes fora atingido por "drones" iemenitas, em julho de 2018, um aeroporto em Abu Dhabi, e, em janeiro de 2019, a base da aviação militar saudita al-Anad, no Iémen, causando a morte de um alto quadro dos serviços secretos e de vários oficiais. E, em março, um "drone" dos hutis sobrevoou a central elétrica e a estação de tratamento de água de
Saudi's al-Shuqaiq, sem as atacar, mas filmando-as, para o filme depois ser divulgado como aviso sobre um possível ataque a esses dois pontos nevrálgicos da logística saudita.

Os peritos que têm analisado estes ataques referem que eles são levados a cabo com frequência crescente por "drones" de fabrico iemenita, com componentes adquiridas comercialmente sem qualquer dificuldade, e que a sua eficiência se aproxima já da dos "drones" Qasef-1 UAV, de fabrico iraniano.

A novidade do ataque contra o oleoduto residiu na longa distância - mais de 800 quilómetros - percorrida pelo "drone" para se aproximar do seu alvo, sempre comandado por satélite. Além disso, os ataques contra o oleoduto, tendo ocorrido à mesma latitude em que se encontrar Riade, significam que a capital saudita também está ao alcance dos operadores de "drones" hutis.
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