Bem-vindos ao ano chinês da cabra

Começa esta quinta-feira um novo ano para a cultura chinesa. A cabra é o animal que se destaca no zodíaco. Promete paz, harmonia e dinheiro.

Nuno Patrício, RTP /
Athit Perawongmetha, Reuters

O novo ano chinês, da cabra, teve início às 16h00 de Lisboa, meia-noite na China. Este é um ano que, para a comunidade chinesa, representa paz, harmonia e algum rendimento extra.

O online da RTP foi para a rua e procurou saber como é que a comunidade chinesa residente em Portugal se prepara para receber o novo ano. Mais do que celebrar em casa, juntamente com a família, alguns dos imigrantes procuraram nesta data mostrar a cultura e a arte chinesas.

Cheng Guanyu, professora do Instituto Confúcio em Lisboa, que gentilmente pede para que a chamem de Linda, levou a reportagem até ao clube de leitura de Arroios - a China mostrada através da arte à comunidade residente nesta zona de Lisboa.



Na China a celebração é feita de forma mais exuberante. Petardos e muito fogo-de-artifício servem para afugentar os maus espíritos e as famílias juntam-se numa ceia em que a mesa tem de estar farta.

Este período é considerado como a maior festa da China, equivalente ao Natal ou à nossa passagem de ano no ocidente.
O que significa o novo animal do zodíaco chinês?
A cabra possui a energia Yin, que simboliza paz, harmonia e tranquilidade. Este signo, segundo os rituais chineses, pode trazer para o ano que nasce agora o apaziguamento de guerras.

Para os crentes, este será um ano de união e da crença de que o bem prevalecerá sobre as forças que se recusam a obedecer a um estilo de vida pacífico. Para aqueles que confiam na bondade, felicidade, o sucesso virá, referem. Uma visão que é partilhada pela comunidade residente em Portugal, como explicou ao Online da RTP Wang Jiangmai.


O ano da cabra é também aquele em que arte vai predominar, além do dinheiro.

Mas nem tudo é luz neste ano. Os momentos mais turbulentos acontecerão durante o período do dragão, entre 20 de março e 20 de abril, e, especialmente, o período do boi, no final do ano, entre 22 de dezembro e 20 de janeiro de 2016.

O ano de 2015, segundo as lendas e tradições chinesas, servirá para usar habilidades mentais sobre força bruta.
Um conselho seguido por um grupo de pessoas que participaram num workshop realizado na sala de leitura Clodomiro Alvarenga, no Mercado de Arroios.





Uma festa que, como quase tudo na China, também está a mudar. Muitos são os jovens chineses que saem do país e são rapidamente absorvidos pela cultura ocidental, sobretudo entre a nova classe média urbana.

Muitos chineses optam por viajar para o estrangeiro, nomeadamente para a Europa, aproveitando a acentuada valorização do yuan face ao euro.
Novos hábitos apagam rituais milenares
Na China, levantam-se outros ventos no ano que pede paz e harmonia. Numa resposta à crescente insatisfação com os índices de poluição naquele país, alguns ambientalistas defendem o fabrico de "petardos ecológicos", que não utilizam enxofre e "explodem tão ruidosamente" como os outros.

Este período festivo é também para muitos trabalhadores chineses o único que proporciona folgas ou férias. As escolas fecham durante um mês e funcionários da administração e empresas do Estado ficam sem obrigação de trabalhar pelo menos durante esta semana.

A maioria dos edifícios é engalanada com lanternas vermelhas, símbolo tradicional de festa. E um pouco por toda a China surgem as tradicionais representações alusivas ao ano que desponta.

Os chineses esperam que o ano da cabra possa trazer paz e harmonia: um desejo à escala do planeta.
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