Benazir escreveu há 2 meses que "já não tinha idade para se intimidar com bombistas suicidas"

Paris, 27 Dez (Lusa) - A antiga primeira-ministra paquistanesa Benazir Bhutto, que morreu hoje vítima de um atentado bombista, disse há dois meses que "já não tinha idade para se deixar intimidar pelos bombistas suicidas".

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Numa crónica intitulada "Os assassinos não ganharão", publicada a 24 de Outubro no diário francês Le Fígaro, Benazir Bhutto escreveu sobre o facto de ter escapado do atentado que provocou 139 mortos no dia do seu regresso do exílio ao Paquistão, garantindo que não recuaria face às ameaças.

"Não cheguei a esta idade para me deixar intimidar pelos `kamikazes` (bombistas suicidas)", escreveu então Benazir Bhutto.

"O futuro do Paquistão tem de ser decidido através de eleições livres e honestas", salientou, reconhecendo que "os extremistas usarão todos os meios sangrentos à sua disposição para atingir e impedir a democracia".

"Os extremistas prosperam sob a ditadura. Eles sabem que a moderação e a democracia selarão o seu fim. Eles não recuarão perante nada para destruir a democracia", acrescentou.

Na sua crónica, Benazir Bhutto referiu que os extremistas sabem que a democratização do país poderá salvar o Paquistão "das políticas de terror dos senhores da guerra".

"Mas eles não poderão liquidar os sonhos, assassinar as esperanças que os paquistaneses pobres têm na democracia e num futuro melhor", escreveu.

A antiga primeira-ministra Benazir Bhutto, 54 anos, morreu hoje depois de ter sido atingida a tiro no pescoço e no peito por um atirador desconhecido que em seguida se fez explodir.

O atentado ocorreu quando Benazir Bhutto entrava num automóvel, minutos depois de discursar num comício em Rawalpindi, perto de Islamabad.

EL.

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