Biden acredita que EUA estarão mais seguros a ajudar Ucrânia e Israel

Na Sala Oval da Casa Branca, Joe Biden condenou na última noite o que descreveu como ataques à democracia e à dignidade dos cidadãos nos conflitos no Médio Oriente e no leste da Europa. Num discurso aos norte-americanos, o presidente dos Estados Unidos anunciou que vai enviar ao Congresso um pedido "urgente" para financiar "necessidades de segurança nacional", garantindo que o país estará mais seguro se ajudarem Ucrânia e Israel.

RTP /

Foto: Jonathan Ernest - EPA

"As decisões que tomarmos hoje vão determinar o futuro nas próximas décadas", começou por dizer Joe Biden, dirigindo-se aos norte-americanos.

"Hoje de manhã vim de Israel. Fui o primeiro presidente americano a deslocar-me lá durante uma guerra", continuou, acrescentando que falou com o primeiro-ministro israelita, com alguns membros do Governo de Israel e com cidadãos que presenciaram o ataque do Hamas.

De acordo com o presidente dos Estados Unidos, foram "massacradas em Israel" mais de 1300 pessoas, incluindo 32 cidadãos norte-americanos, além das dezenas de inocentes que foram "feitos reféns".

"Eu disse que estamos a fazer todos os esforços para os trazer para casa. Para um presidente não há maior prioridade que garantir a segurança de norte-americanos feitos reféns", frisou Biden.

"O ataque do Hamas lançou o mal no mundo, mas infelizmente os judeus sabem melhor do que ninguém que não há limite para a maldade das pessoas", recordou ainda o presidente, deixando claro que também falou com o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, tendo lhe garantido que os EUA estão "comprometidos com o seu direito à dignidade e autodeterminação".

"As ações dos terroristas do Hamas não lhes retiram esse direito".

Lamentando ainda também as vítimas palestinianas, Joe Biden mencionou o ataque ao hospital em Gaza, que terá feito entre dezenas a centenas de mortos, e sublinhou que "não foi levado a cabo por Israel".

"Lamentamos a perda dessas vidas. Lamentamos e estamos do lado dos palestinianos que só querem viver em paz", disse.

"O ataque a Israel vem na sequência de quase 20 meses de guerra contra o povo ucraniano, desde que Putin lançou a sua invasão", continuou o presidente, voltando a lembrar também "os sinais de tortura", as "crianças levadas à força pelos russos" ou as valas comuns.
"É doentio. O Hamas e Putin representam ameaças diferentes, mas têm algo em comum: querem aniquilar completamente uma democracia vizinha".
Nas palavras de Biden, o único objetivo do Hamas é "matar judeus e destruir Israel" e não representa os palestinianos, usando-os como "escudos humanos", fazendo sofrer famílias palestinianas.

No discurso ao país, o presidente dos Estados Unidos explicou que "para a segurança interna" é "vital a sobrevivência da Ucrânia".

"Quando os terroristas não pagam o preço da agressão causam mais caos, mais mortes, mais destruição. Não param e o custo e as ameaças aos norte-americanos em todo o mundo não pararão de crescer", argumentou. "Se não pararmos o apetite de Putin pela Ucrânia, ele nunca se irá limitar à Ucrânia".

Além disso, "pode haver ameaças noutros locais do mundo, como no Médio Oriente". O Irão, por exemplo, "apoia as forças russas contra a Ucrânia e apoia o Hamas e outros grupos terroristas na região".

"A liderança norte-americana é o que mantém o mundo unido. As lideranças norte-americanas é o que mantêm o nosso país seguro, os nossos valores é o que nos tornam um parceiro com o qual os outros países querem trabalhar", afirmou Biden. 

"Correríamos o risco de pôr tudo isso em causa se virássemos as costas à Ucrânia e a Israel".
Por essa razão, o presidente dos EUA anunciou que, na sexta-feira, vai enviar um "pedido orçamental ao Congresso, de urgência, para financiar as necessidades de segurança", assim como para financiar os "parceiros Israel e a Ucrânia".

"É um bom investimento, que irá dar dividendos para o nosso país durante gerações. Ajudará a manter as tropas norte-americanas livres de perigo".

Já quanto a Israel, o objetivo é garantir que "tem o necessário para proteger os seus cidadãos hoje e sempre".
"O pacote de segurança que vou enviar ao Congresso (...) é um incremento sem precedentes para a Segurança de Israel, com vista a melhorar as forças militares de Israel".
O presidente norte-americano disse ainda que o mundo não pode desistir de uma solução de dois Estados para o conflito entre Israel e Palestina, argumentando que os dois povos merecem "viver em segurança".

"Por mais difícil que seja, não podemos desistir da paz. Não podemos desistir da solução de dois Estados", disse Joe Biden.

"Israel e os palestinianos merecem igualmente viver em segurança, dignidade e paz"
, frisou.
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