Bissau anuncia obras de manutenção em 200 km de estradas

A Guiné-Bissau vai assinar na próxima semana vários contratos de financiamento para obras de manutenção em cerca de 200 quilómetros de estradas na capital e em mais três regiões do país, disse hoje à Lusa fonte oficial.

Agência LUSA /

Fonte do Ministério das Obras Públicas, Construção e Urbanismo indicou que as obras, financiadas pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento (FED), abrangem as estradas que ligam Bissau a Prábis (18 quilómetros) e o aeroporto a Quinhamel (35 quilómetros).

Ambas as localidades ficam na região de Biombo, no litoral centro, que, apesar da sua proximidade à capital, têm as vias rodoviárias bastante degradadas, à imagem do resto do país, situação que é mais grave no sul.

Segundo a fonte, a empreitada contempla também a ligação entre Bambadinca e Xitole, na região de Bafatá (leste), assim como o percurso entre Quebo e Buba, este na região de Tombali (sul), numa extensão total de 105 quilómetros.

A via entre a localidade de São Vicente, na região de Cacheu, até M'Pack, na fronteira norte com o Senegal, de 75 quilómetros, também vai beneficiar de melhoramentos, assim como as estradas entre Bula e Bissorã, na região de Oio (norte), Jugudul e Mansabá (centro) e Mansabá e Farim (centro norte).

A execução das obras de manutenção destas estradas está a cargo da Arezki, uma empresa de capitais palestinianos, com sede no Senegal, e que é também proprietária da Guinave, a companhia que gere os estaleiros da Guiné-Bissau.

A fonte adiantou à Lusa que estão em fase de concurso mais três importantes obras de reabilitação de infra-estruturas rodoviárias, destacando as das estradas que ligam Gã-Mamudo a Bantandjã, na região de Bafatá, e entre Bula e Canchungo, na região de Cacheu, que contam com o apoio financeiro da União Europeia (UE).

Igualmente em fase de concurso, mas com financiamento do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), está a reabilitação da estrada Buba/Catió, de 58 quilómetros, que irá facilitar o acesso ao Sul do território guineense, de difícil acesso.

A fonte indicou que está em fase negociação e estudo a construção de uma segunda via de saída de Bissau, que ligará a capital a Nhacra, 30 quilómetros a norte, passando pelo bairro de Antula e pela zona portuária de Cumeré, projecto que deverá ser financiado pelo Banco Islâmico de Desenvolvimento (BID).

Por outro lado, as autoridades guineenses aguardam a vinda de uma missão de avaliação do Banco Oeste-Africano de Desenvolvimento (BOAD), ao qual foi solicitado crédito para a manutenção de diversas vias urbanas na capital, onde apenas cinco ruas estão em condições normais de circulação e as restantes estão parcial ou totalmente intransitáveis.

Bem encaminhados estão, acrescentou a fonte, os projectos de construção do porto de águas profundas em Buba (sul) e a edificação da ponte de Farim, no rio Cacheu, submetidos este mês a uma mesa-redonda de doadores, que decorreu em Ouagadougou, no Burkina-Faso.

A reunião inseriu-se no âmbito do Programa Económico Regional (PER) da União Económica e Monetária da África Ocidental (UEMOA), que agrupa oito países da chamada "Zona Franco", entre eles a Guiné- Bissau, projecto que beneficia de fundos da UE e de outros parceiros.

Segundo a fonte, para breve está ainda a adjudicação das obras da ponte de São Vicente, igualmente no rio Cacheu.

Ao concurso, lançado em Junho último, concorreram as construtoras portuguesa Soares da Costa e italiana Maltauro & Delma.

A obra, no valor de 28 milhões de euros, é financiada pela UE, no quadro do Programa Indicativo Regional (PIR) destinado à UEMOA.


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