Bolsonaro condena aborto de menina de 11 anos vítima de violação

por Lusa
Bolsonaro condenou o aborto de menina de 11 anos vítima de violação D.R.

O presidente brasileiro Jair Bolsonaro descreveu como inadmissível o aborto feito num hospital público, após controvérsia judicial, por uma menina de 11 anos que engravidou em resultado de violação.

"Um bebé de sete meses de gestação não se discute a forma que ele foi gerado, se está amparada ou não pela lei. É inadmissível falar em tirar a vida desse ser indefeso!", disse Bolsonaro, na rede social Twitter.

O líder brasileiro disse ainda que a menina de 11 anos e o feto foram ambos vítimas do "assédio maligno de grupos pró-aborto".

"Solicitei ao MJ (Ministério de Justiça) e ao MMFDH (Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos) que apurem os abusos cometidos pelos envolvidos nesse processo", disse Bolsonaro, que deu como exemplo a "violação do sigilo de justiça".

A menina de 11 anos conseguiu fazer um aborto no Hospital Universitário Polydoro Ernani em São Thiago, na cidade de Florianópolis (sul), após semanas de indecisão devido à recusa de uma juíza em autorizar o procedimento.

O caso veio a lume esta semana após o "site" The Intercept Brasil ter relatado o conteúdo da audiência em que uma juíza, com o apoio da procuradora regional, pressionou a rapariga a ter o bebé e a entregá-lo para adoção.

A juíza argumentou que dar luz verde a um aborto nessa fase da gravidez seria homicídio, embora a vítima tivesse direito a ele, e também ordenou que a rapariga fosse colocada numa casa de acolhimento para a impedir de fazer um aborto.

No Brasil, o aborto só é atualmente permitido em casos de risco para a mãe, violação ou fetos com anencefalia.

O caso acabou nas mãos dos tribunais depois do hospital de Florianópolis se ter recusado a interromper a gravidez da menor no início, por violar os seus protocolos internos.

 

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