Bolsonaro quer Sérgio Moro como ministro da Justiça ou no Supremo Tribunal

O novo Presidente do Brasil começa já esta terça-feira a preparar o governo e quer Sérgio Moro a trabalhar com ele. O juiz conduziu a Operação Lava Jato, que conduziu à prisão o ex-presidente Lula da Silva. Jair Bolsonaro pretende ainda aliviar a regulamentação do porte de armas para diminuir a violência.

RTP /
Pilar Olivares - Reuters

"Pretendo convidá-lo para o Ministério da Justiça ou - seria no futuro - abrindo uma vaga no Supremo Tribunal Federal, na qual melhor ele achasse que poderia trabalhar para o Brasil", afirmou Bolsonaro em entrevista à Globo, garantindo que em breve vai falar com o magistrado.


Para o novo Presidente, Sérgio Moro é “um símbolo” no Brasil. “É um homem que tem que ter o trabalho reconhecido. (…) Um homem com passado exemplar no combate à corrupção e em qualquer uma das duas casas ele levaria avante sua proposta. A corrupção tem que ser banida do Brasil, ninguém suporta mais conviver com essa prática tão nefasta”, refere Bolsonaro, numa entrevista marcada por um tom conciliatório, na continuidade do que foi o discurso de vitória.
Liberalizar as armas
Jair Bolsonaro quer liberalizar as armas já este ano antes de tomar posse em Janeiro. Em entrevista à TV Record, Bolsonaro diz que quer tentar mudar a lei das armas para diminuir a violência e a criminalidade no país.

É preciso "abandonar o politicamente correto", defendeu, dizendo que o risco de aumentar o número de pessoas armada é comparável ao risco de deixar todos os cidadãos conduzir.

Já na campanha, Bolsonaro tinha defendido que "as armas são instrumentos, objetos inertes, que podem ser utilizadas para matar ou para salvar vidas. Isso depende de quem as está usando", evocando o direito à legítima defesa.



Bolsonaro ameaçou ainda retirar a publicidade governamental dos órgãos de comunicação social que publicam mentiras.
Processo de transição em curso
Esta terça-feira, o Presidente eleito deverá começar a preparar a sua equipa. Na última segunda-feira, o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse à imprensa brasileira que Bolsonaro só deve ir a Brasília, capital do país, na próxima semana, embora deva iniciar uma série de reuniões em sua casa no Rio de Janeiro para analisar os principais detalhes da estrutura administrativa federal.

Um grupo de 50 pessoas deve participar do governo de transição e traçar as primeiras estratégias a partir do que Bolsonaro apontar como prioridade.

Embora ainda tenha muitas decisões a tomar, o próximo Presidente brasileiro que foi eleito no último domingo já confirmou o nome de quatro ministros de seu Governo, que começará oficialmente em janeiro de 2019.

Além de Onyx Lorenzoni, que ocupará o cargo de ministro da Casa Civil, também já havia sido anunciado o nome de Paulo Guedes como futuro ministro da Economia, uma pasta que ainda será criada e deve englobar outras ministérios.

O General Augusto Heleno vai comandar o Ministério da Defesa e a pasta da Ciência e Tecnologia será liderada pelo astronauta Marcos Pontes.

Muitas mudanças ainda precisam ser definidas, principalmente no que se refere à diminuição do número de ministérios, de 29 para 15 pastas, mas a expectativa é de que todo o primeiro escalão do Governo de Bolsonaro deve ser definido até ao mês de novembro.

Em dezembro Bolsonaro irá ausentar-se por uns dias do comando do processo de transição para realizar uma cirurgia de retirada da bolsa de colostomia que tem usado desde que sofreu um atentado a faca no dia 6 de setembro, na cidade de Juiz de Fora, durante um comício político.

c/Lusa



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