Bolsonaro reafirma que vacina e certificado de vacinação não serão obrigatórios

por Lusa
Bolsonaro continua a mostrar-se orgulhosamente só face à pandemia Ueslei Marcelino - Reuters

O presidente do Brasil reafirmou que a vacina contra a covid-19 não será obrigatória, nem o certificado de vacinação, já adotado por alguns estados e municípios do país.

"No que depender do Governo Federal, a vacina não será obrigatória e não teremos passaporte sanitário. A liberdade deve estar acima de tudo", reiterou Jair Bolsonaro, na habitual transmissão semanal em direto nas redes sociais.

As declarações de Bolsonaro surgem um dia após o chefe de Estado ter sido acusado de nove crimes durante a gestão da pandemia por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que ao longo de seis meses investigou alegadas falhas e omissões do executivo na condução da crise sanitária.

A CPI concluiu que o presidente agravou a crise de saúde por uma "decisão política" e acusou-se de "crimes contra a humanidade".

No total, foram atribuídos a Bolsonaro os crimes de prevaricação; charlatanismo; epidemia com resultado morte; infração a medidas sanitárias preventivas; emprego irregular de verba pública; incitação ao crime; falsificação de documentos particulares; crime de responsabilidade e crimes contra a humanidade.

Sobre a acusação, Bolsonaro afirmou ter a "consciência limpa".

"Não vou discutir essa história de fantasia", disse, numa referência ao trabalho da CPI.

Intransigente e isolado no Mundo

O chefe de Estado brasileiro também disse que raramente usava máscara e afirmou que as autoridades sanitárias dos Estados Unidos indicaram que a "maiorias das mortes" atribuídas à gripe espanhola no início do século XX ocorreram por pneumonia bacteriana, "causada pelo uso de máscara".

"Talvez eu seja o único chefe de Estado do mundo a dar a cara sobre isso. A decisão nem sempre agrada a todo o mundo, mas temos que decidir de que lado estamos e não é do lado politicamente correto. Eu escolhi o lado certo, o lado da verdade ", acrescentou.

Para Bolsonaro, "a política do 'fique em casa' é uma das mais perversas da humanidade".

"Aqui, no Brasil, todos a adotaram. Grande parte da população pediu 'lockdown' e eu tinha poder para fechar o Brasil, mas não fechei um botequim (bar) sequer", disse.
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