Um juiz do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) brasileiro deu na segunda-feira 15 dias para que o presidente, Jair Bolsonaro, apresente provas ou informações de fraude ou de irregularidades nas eleições de 2018, nas quais foi eleito.
Na portaria, Salomão determina a instauração de procedimentos administrativos para investigar a existência ou não de eventuais elementos concretos que possam ter comprometido a segurança do processo eleitoral de 2018 e de 2020, com vista à preparação e ao aperfeiçoamento do sufrágio de 2022.
A portaria cita várias declarações proferidas por Bolsonaro em eventos oficiais, em entrevistas à imprensa e em transmissões em direto nas redes sociais ao longo do último ano. Um dos exemplos foram as afirmações feitas pelo chefe de Estado, em 09 de junho, a apoiantes na cidade de Anápolis, em Goiás.
A portaria foi publicada pelo magistrado no mesmo dia em que deputados se reuniram na sede do TSE com juízes e técnicos do tribunal para discutir o voto impresso.
Bolsonaro quer mudar o sistema eleitoral eletrónico no país, que oferece resposta no mesmo dia do sufrágio e que é usado há mais de 20 anos no Brasil, e substituí-lo pelo voto impresso na urna.
Nesse sentido, o chefe de Estado tem referido, repetidamente, que sem a adoção do voto impresso nas eleições presidenciais do próximo ano, o país poderá ter "um problema seríssimo", como uma "convulsão" social, e já chegou a ameaçar que, se o Congresso não aprovar o voto impresso, não haverá sufrágio em 2022.
No mês passado, o líder da extrema-direita brasileira afirmou que o Brasil é a "única republiqueta do mundo" que aceita o resultado de eleições realizadas com voto eletrónico.
O presidente do TSE, juiz Luís Roberto Barroso, afirmou na segunda-feira que o tribunal adotará todas as medidas necessárias para implementar o voto impresso ainda nas Eleições Gerais de 2022, caso uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) seja aprovada pelo Congresso Nacional.