Bombardeiros russos sobrevoam Mar do Japão enquanto primeiro-ministro Fumio Kishida visita Kiev

por Inês Moreira Santos - RTP
Reuters

Dois bombardeiros estratégicos russos sobrevoaram, esta terça-feira, o Mar do Japão durante mais de sete horas. A informação foi confirmada pelo Ministério russo da Defesa, no mesmo dia em que o primeiro-ministro japonês começa uma visita à Ucrânia.

O primeiro-ministro do Japão viajou, esta terça-feira, para Kiev para se encontrar com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. De acordo com a televisão pública japonesa, Fumio Kishida, partiu de um comboio da Polónia com destino à capital ucraniana, como demonstração de apoio às forças ucranianas contra a ofensiva russa.

Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão adiantou que Kishida vai “transmitir diretamente solidariedade e apoio inabalável à Ucrânia” e “rejeitar resolutamente a agressão da Rússia contra a Ucrânia”.
No mesmo dia, o Kremlin informou que os aviões russos Tupolev TU-95MS, que voam regularmente sobre águas internacionais no Ártico, no Atlântico Norte e Pacífico, sobrevoaram o Mar do Japão.De acordo com o Ministério da Defesa da Rússia, os bombardeiros estratégicos fizeram um "voo planeado", escoltados por aviões de combate, em estrita conformidade com o Direito Internacional e em águas neutras.


Já em fevereiro o Departamento de Defesa norte-americana identificou vários bombardeiros e caças russos que sobrevoavam o espaço aéreo internacional perto do Alasca. O Japão disputa com a Rússia as águas das ilhas no Pacífico Norte. É um importante aliado dos Estados Unidos e do G7 e, à semelhança do Ocidente, impôs sanções a Moscovo condenando a invasão da Ucrânia.

A viagem surpresa de Kishida à Ucrânia acontece poucas horas depois de se ter encontrado com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, em Nova Deli. Kishida, que vai presidir à cimeira do G7 em maio, é o único líder daqueles países que não tinha ainda visitado a Ucrânia.

Contudo, o Japão tem estado em sintonia com as outras nações que integram o G7, sancionando a Rússia e apoiando a Ucrânia na sequência da invasão russa. Esta é a primeira vez que um chefe de Governo japonês visita um país ou região em conflito, desde a II Guerra Mundial.
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