Brasil. 300 soldados chamados a patrulhar o Ceará

por RTP
Jarbas Oliveira - EPA

O ministro da Justiça brasileiro Sergio Moro destacou 300 elementos da Força Nacional de Segurança para o Ceará, um reforço que deverá estar concluído até ao final da semana. O estado vive uma onda de violência, com dezenas de ataques, em particular na cidade de Fortaleza.

A missão dos soldados será a de pôr termo aos atos de violência e vandalismo que se têm multiplicado por várias cidades, sobretudo Fortaleza, a capital do Ceará.

A ordem de intervenção foi tomada depois da crescente onda de ataques a autocarros e edifícios públicos, atribuídos a “grupos criminosos”, de acordo com o comunicado emitido pelo ministério brasileiro.

Foram incendiados autocarros e edifícios como bancos e esquadras. Houve ainda ataques a postos de abastecimento de combustíveis e supermercados. Já se contam pelo menos 90 ataques desde quarta-feira em 26 cidades do Ceará. Há estabelecimentos encerrados por toda a região e as pessoas evitam sair à rua.

Foram detidos 103 suspeitos dos ataques, que estarão ser motivados pela separação de elementos de gangues nas cadeias.

De acordo com os media brasileiros, os ataques são efetuados por grupos criminosos que protestam contra o endurecimento das condições de detenção que os impedem de controlar vários tipos de tráfico dentro das prisões.
De acordo com o site de informação G1, dois gangues decidiram mesmo colocar as rivalidades de lado para afrontarem em conjunto as autoridades.

O Brasil conta com a terceira maior população prisional do mundo, com 726.712 presos registados em junho de 2016. Um número que representa duas vezes mais a capacidade oficial das prisões, de acordo com os últimos números do Ministério da Justiça citados pela agência France Presse.

Esta crise é um primeiro teste para o novo presidente Jair Bolsonaro, que prometeu um programa de endurecimento da política securitária e de reforço do sistema judiciário.

Bolsonaro quer colocar um ponto final à elevada criminalidade no Brasil, garantindo impunidade aos soldados e polícias quando usarem a força em determinadas circunstâncias e criando leis sobre o porte de armas que permitam aos “bons cidadãos” defenderem-se.
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