O governo brasileiro anunciou o lançamento de um novo programa de apoio, em novembro, para a população mais carenciada, em substituição do Bolsa Família, subsídio criado em 2003.
Denominado "Auxílio Brasil", este novo programa social vai substituir o Bolsa Família, criado em 2003 pelo antigo presidente do país Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010).
"No programa permanente, que é o Auxílio Brasil, que sucede ao Bolsa Família, (...) o valor do benefício varia de acordo com a composição de cada família. Então, existem famílias que estão a receber menos de 100 reais (cerca de 15 euros) e outras até mais de 500 (cerca de 76 euros). Esse programa terá um reajuste de 20%", adiantou João Roma.
"Estamos a estruturar um benefício transitório, que funcionaria até dezembro do próximo ano, e que teria por finalidade equalizar o pagamento desses benefícios para que nenhuma família beneficiária receba menos de 400 reais (cerca de 61 euros)", acrescentou.
O ministro frisou que o governo, em diálogo com parlamentares no Congresso Nacional, procura ainda uma saída para financiar o novo programa dentro do orçamento previsto para o próximo ano.
"Não estamos a aventar que o pagamento desses benefícios se dê através de créditos extraordinários. Estamos buscando, dentro do governo, todas as possibilidades para que o atendimento desses brasileiros necessitados siga também de mãos dadas com a responsabilidade fiscal", frisou.
O início dos pagamentos do novo programa coincide com o fim do "Auxílio de Emergência", um programa lançado no ano passado pelo executivo para apoiar famílias vulneráveis durante a pandemia de covid-19, sendo a última parcela paga neste mês.
O responsável disse esperar que o novo subsídio chegue a 17 milhões de famílias, quando o Bolsa Família abrange presentemente cerca de 14,7 milhões de famílias.
O anúncio das datas para o novo programa social surgiu algumas horas depois de Bolsonaro ter sido acusado de nove crimes durante a gestão da pandemia de covid-19 por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que ao longo de seis meses investigou alegadas falhas e omissões do executivo na condução da crise sanitária.
O anúncio surgiu também a um ano das próximas eleições presidenciais, com as sondagens a preverem a vitória de Lula da Silva.