Brasil expressa preocupação com movimentos militares em Essequibo
O Brasil expressou hoje preocupação com as manifestações militares na região de Essequibo e afirmou que elas são contrárias aos compromissos assumidos pela Venezuela e pela Guiana em meados de dezembro.
"O Governo brasileiro acompanha com preocupação os últimos desdobramentos do contencioso em torno da região de Essequibo", indicou, em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, referindo-se à nova escalada de tensões após a chegada de um navio de guerra britânico à Guiana.
A Venezuela considerou o movimento uma ameaça e o Presidente venezuelano, Nicolas Maduro, ordenou uma ação defensiva, incluindo uma forte mobilização militar em direção à fronteira marítima com a antiga colónia britânica.
Os dois países têm uma disputa secular sobre o Essequibo, um território de quase 160.000 quilómetros quadrados rico em petróleo e outros minerais e que é controlado pela Guiana.
As tensões aumentaram depois da Venezuela ter aprovado, no dia 03 de dezembro, através de um referendo não vinculativo, a anexação da região, cuja soberania é contestada no Tribunal Internacional de Justiça.
Sob proposta do Presidente brasileiro, Lula da Silva, Maduro reuniu-se com o Presidente guianense, Irfaan Ali, em São Vicente e Granadinas, no dia 14 de dezembro.
"A declaração estabeleceu o compromisso de Guiana e Venezuela de não utilização da força ou da ameaça do uso da força, de respeito ao direito internacional e de comprometimento com a integração regional e a unidade da América Latina e o Caribe", recordou o Governo brasileiro, na mesma nota.
"O Governo brasileiro acredita que demonstrações militares de apoio a qualquer das partes devem ser evitadas", frisou a diplomacia brasileira.