Bruxelas aposta em potencial vacina da Novavax e sela contrato para aquisição de 200 mil doses

por RTP

A Comissão Europeia aprovou esta quarta-feira o sétimo Acordo de Compra Avançada (APA) com a farmacêutica norte-americana Novavax para garantir o acesso a uma potencial vacina da empresa contra Covid-19 a partir do quarto trimestre de 2021 e nos anos seguintes.

Ao abrigo deste contrato, os Estados-Membros poderão adquirir até 100 milhões de doses da vacina Novavax, com opção de 100 milhões de doses adicionais ao longo de 2021, 2022 e 2023.

A compra poderá ser feita quando a vacina for considerada segura e eficaz pela Agência Europeia do Medicamento, que está nesta altura a estudar a inoculação.

"A Comissão decidiu apoiar esta vacina com base numa avaliação científica sólida, na tecnologia utilizada, na experiência da empresa no desenvolvimento de vacinas e na capacidade da mesma na produção para abastecer toda a União Europeia", lê-se em comunicado divulgado esta quarta-feira.

A Novavax é uma empresa de biotecnologia que está a desenvolver novas vacinas contra a Covid-19. Estas vacinas já estão a ser analisadas pela EMA para obtenção de autorização da autoridade de saúde europeia.

"À medida que novas variantes se espalham pela Europa e pelo mundo, este novo contrato com uma empresa que já está a testar a sua vacina com sucesso contra essas variantes é uma salvaguarda adicional para a proteção da nossa população", adiantou esta quarta-feira a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Uma nova vacina "reforça ainda mais o nosso vasto portefólio de vacinas, em benefício dos europeus e dos nossos parceiros em todo o mundo", acrescenta.

Com uma eficácia global de 90,4 por cento, a vacina NVX-CoV2373 (Novavax) está aproximadamente no mesmo nível das vacinas da Pfizer-Biontech e da Moderna, adianta a empresa.

Nos testes já realizados, houve 90 por cento menos casos em geral no grupo vacinado do que no grupo de não vacinados. Mais importante ainda, a vacina alcançou 100 por cento de proteção contra casos moderados e graves.

Ao contrário das vacinas previamente aprovadas, a Novavax não é nem uma vacina mRNA (como as da Pfizer-Biontech e Moderna), nem uma vacina vetorial (como as vacinas da AstraZeneca e Johnson & Johnson).

A nova inoculação é formada a partir de fragmentos de proteínas do vírus, especificamente os que compõem a chamada proteína spike, uma espécie de porta molecular que o coronavírus usa para entrar nas células.

A vacina funciona de acordo com o princípio das vacinas contra a hepatite B ou tétano: o sistema imunológico reage às proteínas da vacina aplicadas no corpo.
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