Bruxelas blindada entrega-se à perseguição de terroristas

por Christopher Marques - RTP
François Lenoir - Reuters

Bruxelas continua em alerta máximo. As autoridades prolongaram o aviso antiterrorismo e mantêm que existe uma ameaça "grave e iminente" sobre a capital. Teme-se um ataque semelhante aos que ocorreram em Paris. O metro continua fechado, bem como a maioria dos estabelecimentos comerciais. E as escolas da capital belga podem mesmo ficar fechadas esta segunda-feira.

Bruxelas permanece vazia perante a ameaça jihadista. As autoridades belgas mantiveram a capital no nível quatro de alerta, perante o que apontam como uma ameaça terrorista “grave e iminente”. Tal como no sábado, o metro permanece encerrado e a maioria dos estabelecimentos também.

Nas ruas é visível um forte aparato militar e policial, enquanto as autoridades continuam à procura de suspeitos de atividades terroristas. O alerta aplica-se à capital, com o resto do país a permanecer no nível três.
Ana Cardoso Fonseca, Virgílio Matos - RTP

O diário Le Soir noticia que vários bancos estão já a preparar-se para a eventualidade de o alerta ser prolongado, pretendendo que um número considerável de funcionários trabalhem a partir de casa na segunda-feira.

Em aberto está ainda a possibilidade de as escolas de Bruxelas não abrirem na segunda-feira. A decisão será tomada ainda este domingo, depois de uma nova reunião do Conselho de Crise, que deverá ter início quando forem 16h00 em Lisboa.

As autoridades belgas perseguem a pista terrorista e mantêm a crença de que o país está na mira dos jihadistas para um ataque semelhante aos que ocorreram em Paris a 13 de novembro.
Caça aos terroristas
A Bélgica procura agora pelo menos dois suspeitos, não sendo certo que um deles seja Salah Abdeslam. O ministro belga do Interior confirmou que há “vários suspeitos” e que essa é a justificação para a aplicação das medidas em curso.

“Não faz sentido tentar esconder: há uma ameaça real, estamos a fazer tudo, dia e noite, para fazer frente a esta situação”, deixou claro Jan Jambon. As autoridades acreditam ainda que um dos homens tem uma bomba semelhante às utilizadas em Paris.As autoridades turcas detiveram um belga de origem marroquina, suspeito de ter participado na preparação dos ataques.


As autoridades começam também a acreditar que há uma célula terrorista maior por detrás dos últimos acontecimentos. Já não é certo que Abdelhamid Abbaoud seja o “cérebro” dos atentados de Paris, sendo agora apontado por Le Soir como “coordenador” das operações.

Em causa, a falta de evidência que tenha desenhado uma estratégia de fuga, tendo tido necessidade de recorrer à sua prima Hasna para pernoitar. As detenções dos últimos dias também levam a crer que um grupo maior está por detrás dos acontecimentos.

A Bélgica intercetou um homem na sexta-feira, acusado de estar ligado aos ataques de Paris, e que tinha armas na sua residência. No entanto, as autoridades não encontraram armas kalashnikov nem explosivos.

A contribuir para a tese de que uma célula maior está por detrás destes ataques está ainda o facto do apartamento de Hasna ter sido limpo antes de as autoridades chegarem ao local.

De acordo com as televisões francesas France 3 e M6, uma dezena de pessoas invadiu o apartamento da mãe de Hasna na localidade de Aulnay-sous-Bois, a uma dezena de quilómetros de Saint-Denis. Hasna, prima de Abbaoud, morreu na operação policial da última quarta-feira.
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