Esta semana falamos do futuro, mais especificamente o futuro da União Europeia desenhado por quatro jovens portugueses.
É apenas uma das políticas e um dos programas para jovens da União Europeia.
“A Europa tem políticas para jovens e tem sido mas o que eu noto é que são aqueles que já estão interessados que se envolvem, portanto, aqueles que não estão interessados não têm uma predisposição para se integrarem nestes assuntos. Portanto, acho o grande desafio da Europa, para os próximos anos, é perceber que se um jovem efetivamente não está predisposto para a vida política, como é que podemos fazer com que passe a estar nos próximos anos?”
“E acho que, desta forma, o evento vai ser organizado durante esta semana, que é o European Youth Event em Estrasburgo – e que é organizado dois em dois anos – pode ser um grande impulsionador para que os jovens consigam perceber mais como estar ativos na vida política e para o futuro”.
Rita Dias tem uma preocupação especial com as políticas de educação no futuro da União Europeia
“Estou aqui a puxar, um bocadinho, como se diz, a brasa à minha sardinha. Mas acho que é importante porque sem educação não se consegue ir a lado nenhum. É um dos pilares da democracia”.
“Portanto, diria que políticas educativas são extremamente importantes, têm que ser mais desenvolvidas e mais pensadas, pelos estudantes também, que precisam delas para o futuro”.
Dinis de Oliveira Fernandes licenciou se em Assuntos Europeus e faz parte da Comunidade Unidos.EU, uma plataforma de voluntariado do Parlamento Europeu.
Já andou um pouco por toda a Europa através do projeto Erasmus+ e gostaria que os jovens fossem mais ouvidos, mas sobretudo que fossem participativos na construção europeia.
“Eu acho que há esforços sinceros por parte das Instituições Europeias para que os jovens sejam ouvidos. Mas muitas vezes aquilo que nos é apresentado é uma escada de participação em que, no fundo, está o jovem utilizado como uma figura de corpo presente que está lá para as instituições e os partidos dizerem que ouvem os jovens e que têm os jovens do seu lado”.
“E na ponta oposta da escada está o jovem, enquanto participante ativo, a construir, a elaborar políticas públicas, por exemplo. O jovem, a meu ver, não deve ser só ouvido. Deve ser uma voz ativa, deve ter mãos, deve construir o futuro da Europa. Deve construir a política, deve construir as políticas públicas, a coisa pública como um todo”.
Maria Oliveira tem 23 anos, nasceu nas Caldas da Rainha, é licenciada em Administração Pública, está a começar um Mestrado de Desenvolvimento e Cooperação Internacional e reconhece mesmo a importância da Europa para os jovens.
“A primeira vez que saí de Portugal – eu venho de uma família um pouco mais desfavorecida a nível económico – e graças à União Europeia e aos fundos europeus, fiz Erasmus pela primeira vez quando tinha 17 anos. E foi aí que saí de Portugal pela primeira vez”.
“Foi enriquecedor para mim, de tal forma que eu nem consigo expressar aquilo que eu senti na altura”. E como todos os jovens, a Maria tem preocupações para o futuro.
“Aqui em Portugal, uma coisa que eu sinto bastante é a dificuldade na acessibilidade, seja dos centros urbanos para os rurais seja nas longas as viagens. Não que os transportes públicos sejam maus, mas não são suficientes. E, às vezes, as pessoas perdem a oportunidade de ir estudar ou trabalhar para outros sítios porque acham que não conseguem fazer todos os dias de 90 km”.
“Diria também que a habitação é um problema atual na Europa e também para os jovens, porque não existem essas políticas. Por exemplo, a União Europeia também já disse que Portugal precisa de ter mais mão firme nesta matéria, porque realmente está a falhar um pouco”.
Giuliana Kotkievicz nasceu no Brasil e foi estudar para Portugal aos 18 anos. Já fez parte de muitos programas europeus para jovens, entre os quais um programa de voluntariado do Corpo de Solidariedade Europeu.
“E foi incrível. Eu fui para Torino, passei dois meses lá, trabalhei com uma organização que cuidava de crianças com menos oportunidades. Para mim foi incrível, porque eu tive a oportunidade de morar fora, aprender uma nova língua - foi lá que eu comecei a aprender italiano - e, além disso, trabalhar por uma boa causa”.
Giuliana vem de uma realidade diferente, mas já se sente também cidadã europeia. “E eu acho engraçado porque eu sou brasileira, mas eu também sou portuguesa - eu tenho essa dupla nacionalidade - e já me sinto tanto portuguesa como também europeia. Eu vivi a minha vida adulta completa na Europa e passei por todos esses programas. Já fiz tanta coisa, viajei tanto, conheci tantas outras pessoas que hoje em dia já me sinto europeia também”.
Esta semana a crónica europeia do correspondente da RTP em Bruxelas, Paulo Dentinho, fala sobre a palavra-chave: União.
Agora que Portugal já faz parte do projeto europeu há 40 anos a união, como força motora, é cada vez mais uma necessidade. A união de que a União precisa para não perder valores fundamentais.
No resumo do que de mais importante se passou esta semana na União Europeia destacamos os 3 prémios atribuídos a Portugal no âmbito das distinções Património/Prémios Europa Nostra 2025, uma ação cofinanciada pelo Programa Europa Criativa da União Europeia.
Falamos do relatório do Tribunal de Constas Europeu que refere que Os fundos europeus são cada vez mais usados na prevenção dos fogos florestais, mas o dinheiro nem sempre consegue resultados no terreno. O TEC dá exemplos sobre Portugal como o de fundos canalizados para uma área que estava parcialmente debaixo de água.
A Comissão Europeia saudou o acordo político provisório alcançado entre o Parlamento Europeu e o Conselho sobre a segurança dos produtos para detergentes e surfactantes e apresentou uma avaliação da implementação do Pacto de Migrações e Asilo pelos estados-membros.
Referimos que Bruxelas está a disponibilizar 145,5 milhões de euros para capacitar pequenas e médias empresas e administrações públicas na implementação de soluções de cibersegurança.
Para o efeito, a Comissão lançou dois convites à apresentação de propostas. O primeiro convite faz parte do Programa Europa Digital, com um orçamento de 55 milhões de euros. Desse montante, 30 milhões de euros irão reforçar a cibersegurança de hospitais e prestadores de cuidados de saúde, ajudando-os a detetar, monitorizar e responder a ameaças cibernéticas.
Estes são alguns dos temas em destaque no resumo desta semana europeia.