Cabo Verde deve procurar financiamento junto do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz -- parceiros
Cabo Verde deve procurar financiamento junto do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz para reforçar a vigilância das suas águas territoriais, sugeriram hoje os parceiros do Grupo de Apoio Orçamental (GAO), que inclui a própria União Europeia (UE).
"Os parceiros incentivam o Governo a prosseguir o trabalho de reforço do pilar de segurança e defesa da parceria especial UE/Cabo Verde", lê-se no comunicado final da missão do GAO de avaliação de desempenho ao arquipélago, que terminou hoje e incluiu reuniões durante a última semana.
Esse reforço deve ser feito "através do estudo de novas formas de cooperação e no desenvolvimento de programas de equipamento, formação e capacitação, que possam vir a ser financiados através do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz, no sentido de reforçar a capacidade de fiscalização das águas territoriais do país", lê-se no documento.
A falta de embarcações e outros recursos para vigilância e patrulhamento das águas territoriais tem sido um calcanhar de aquiles de Cabo Verde, que, pela sua natureza, como arquipélago, tem no mar a maior parte do seu território.
O GAO saudou igualmente o trabalho já desenvolvido para se colocar em funcionamento o Centro Multinacional de Coordenação Marítima, que também prevê um aumento de vigilância, e o vice-primeiro-ministro, Olavo Correia garantiu hoje total empenhamento para a sua operacionalização.
"Estamos a trabalhar a todo o vapor para que o centro fique operacional", referiu, acrescentando que estão por resolver "aspetos operacionais".
O centro vai permitir controlar todo o tráfego marítimo internacional na designada Zona G e partilhar informações com os demais quatro centros existentes em África.
Além de Cabo Verde, fazem parte do centro da Zona G a Gâmbia, Guiné-Bissau, Mali e Senegal, no âmbito da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
O centro foi criado através do protocolo de Yaoundé, que define as relações em matéria de defesa e segurança entre as várias regiões de África em parceria com o G7+Amigos do Golfo da Guiné.
O grupo do G7+Amigos do Golfo da Guiné é composto pela Alemanha, Canadá, Estados Unidos da América, Itália, Japão, Reino Unido, França, Bélgica, Brasil (observador), Coreia do Sul, Dinamarca, Espanha, Noruega, Países Baixos, Portugal, Suíça, UE, escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime e Interpol.