Cabo Verde e Guiné-Bissau assinam novos acordos e querem facilitar integração regional

por Lusa

 Cabo Verde e Guiné-Bissau assinaram hoje, na cidade da Praia, novos acordos de cooperação, em áreas como a diplomacia, comunicação social, agricultura e energias renováveis, e querem "cimentar as bases" para facilitar a integração regional.

Os acordos foram assinados pelos ministros dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde, Rui Figueiredo Soares, e da Guiné-Bissau, Suzi Barbosa, no âmbito de uma visita que a chefe da diplomacia guineense efetua ao arquipélago, e vem renovar os instrumentos assinados em 2015.

Em conferência de imprensa, a ministra dos Negócios Estrangeiros, da Cooperação Internacional e das Comunidades da Guiné-Bissau, Suzi Barbosa, avançou que os dois países rubricaram dois acordos políticos, em que o primeiro prevê uma intensificação dos trabalhos na área consular. 

"O que se pretende é que as questões relacionadas com a comunidade guineense em Cabo Verde e com a comunidade cabo-verdiana na Guiné-Bissau passem a ter uma maior prioridade para os nossos ministérios. Vamos articular com os instrumentos próprios a forma de facilitar essa integração", referiu.

A membro do Governo guineense disse ainda que a assinatura de memorando de entendimento na área consular vai "cimentar as bases" para facilitar a integração regional dos dois países na Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), onde são os dois únicos países africanos de língua portuguesa.

A ministra adiantou que os memorandos preveem ainda outros tipos de acordos, nomeadamente nas cartas de condução, e que o segundo foi no âmbito da comunicação social.

Os embaixadores dos dois países assinaram igualmente dois instrumentos de cooperação a nível técnico, nas áreas da agricultura e das energias renováveis, que preveem formações e intercâmbio de experiências.

Para a chefe da diplomacia guineense, são "importantes instrumentos de cooperação", que vieram reforçar ainda mais as relações políticas e diplomáticas entre os dois países, considerados "irmãos".

Suzi Barbosa notou que a recente abertura da embaixada de Cabo Verde na Guiné-Bissau é a prova da "vontade inequívoca" da intensificação das relações político-diplomáticas.

"Sobretudo demonstra também que a Guiné-Bissau e Cabo Verde não são só apenas dois países irmãos, com uma história comum, mas também são dois países-membros de uma sub-região na qual poderemos ter melhores resultados caminhando juntos", salientou.

O chefe da diplomacia cabo-verdiana, Rui Figueiredo Soares, também enalteceu os "importantes acordos", entendendo que é "um sinal inequívoco" do estreitamento das relações históricas entre os dois países irmãos.

"O facto de estarmos a estreitar as nossas relações diplomáticas, políticas, de concertação ao nível das organizações de que fazemos parte, mas também integração efetiva das nossas duas comunidades, e estender essa relação de cooperação a áreas novas, até então muito pouco expressivas, como as áreas económicas, tudo isto é um sinal inequívoco da vontade dos dois países de irem além e darem mais um passo no estreitamento das nossas relações", sustentou o ministro dos Negócios Estrangeiros e da Integração Regional de Cabo Verde.

A ministra dos Negócios Estrangeiros, da Cooperação Internacional e das Comunidades da Guiné-Bissau está há dois dias em Cabo Verde, para uma visita de "amizade e trabalho", até quarta-feira.

A chefe da diplomacia guineense foi recebida pelo Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, visitou a ilha do Fogo, onde se encontrou com o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, e deslocou-se a várias empresas e instituições cabo-verdianas.

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