A confirmação do acordo foi feita pelo secretário executivo do PCD, António Maurício dos Santos, após algumas reticências por parte das duas formações políticas em assumir estas negociações.

"O acordo politico e eleitoral é de âmbito nacional e abrangerá o próximo ciclo eleitoral das legislativas e presidenciais, de forma a propiciar uma base sólida de entendimento capaz de mobilizar os militantes e simpatizantes dos dois partidos, e sobretudo os eleitores cabo-verdianos amantes da liberdade, da democracia e da justiça", justificou António Maurício dos Santos.

António Maurício Dos Santos adiantou que o acordo abrange o período pós eleitoral, o que quer dizer que em caso de vitória "comprometem-se os dois partidos a firmar compromissos que viabilizem um governo de legislatura dirigido pelo presidente do MpD".

Questionado sobre se se trata de uma coligação, António Maurício dos Santos afirmou que juridicamente isso já não é possível pelo que o seu partido e o MpD optaram pelo acordo político-eleitoral.

"A legislação cabo-verdiana é relativamente restritiva em algumas matérias. As dificuldades objectivas que o sistema impõe levou-nos a fazer o acordo com o objectivo é ganhar as eleições", explicou.

Por isso, as pessoas indicadas pelo PCD aparecerão nas listas e do MpD como independentes.

Mas o PCD promete envolver-se intensamente na campanha de forma concertada com o MpD para ganhar as legislativas.

Os dois partidos comprometem-se igualmente a articular as suas actuações públicas no apoio à candidatura de Carlos Veiga à Presidência da Republica.

O PCD é uma formação partidária que nasceu de uma cisão no seio do MpD em 1994, quando este partido estava no poder.

Um dos elementos centrais neste processo, Eurico Monteiro, foi presidente do PCD e agora é o número dois na lista do MpD para o círculo eleitoral da Praia.

Questionado sobre se estão sanadas as feridas do passado, António Maurício explicou: "isso é passado e agora o PCD está a pensar no futuro. Neste momento entendemos que a forma mais eficaz de participar nas eleições e derrotar o PAICV é fazer este acordo político".