Cada vez há menos japoneses a viver na China

O número de cidadãos japoneses a residir na China desceu abaixo dos 100.000, pela primeira vez em 20 anos, segundo a imprensa japonesa, refletindo o aumento dos custos de produção e agravamento das tensões geopolíticas.

Lusa /
A China atrai cada vez menos chineses Franck Robichon - EPA

De acordo com dados do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão citados pelo jornal Nikkei Asia, 97.538 cidadãos japoneses permaneceram na China durante três ou mais meses, no ano passado.

O número representa uma redução homóloga de 4% e a 12.ª queda anual consecutiva. A China é agora o lar da terceira maior comunidade japonesa no estrangeiro, atrás dos Estados Unidos e da Austrália.

Nos últimos 12 anos, a população japonesa diminuiu cerca de 60% em Pequim e cerca de 50% em Dalian, cidade portuária do nordeste da China, segundo os dados do ministério.

O número de japoneses residentes na China aumentou após a adesão do país vizinho à Organização Mundial do Comércio em 2001. Em 2003, a China tinha a segunda maior comunidade japonesa no estrangeiro.

Um ponto de viragem ocorreu em 2012, quando o Japão nacionalizou as ilhas Senkaku, reivindicadas pela China como Diaoyu. A medida provocou protestos em grande escala e um boicote aos produtos japoneses, bem como ataques contra fábricas de propriedade japonesa.

O encerramento das fronteiras da China, durante a pandemia da covid-19, e a detenção de cidadãos japoneses por espionagem, terão acelerado a debandada de cidadãos japoneses.

Num inquérito de opinião realizado em 2023 pelo Gabinete do Governo do Japão, um número recorde de 87% dos inquiridos afirmou não ter um sentimento de proximidade com a China.

 

Tópicos
PUB