Cairo reafirma recusa de assinar protocolo adicional do TNP

O Egipto reiterou hoje a sua recusa de assinar o protocolo adicional do Tratado de Não-Proliferação (TNP) de Armas Nucleares para incremento do controlo internacional sobre as centrais, enquanto o mesmo não for feito por Israel.

Agência LUSA /

"A assinatura dependerá dos desenvolvimentos regionais e internacionais, nomeadamente da possibilidade de Israel aderir ao tratado", declarou o chefe da diplomacia egípcia, Ahmad Abul Gheit, numa carta enviada ao Secretariado do TNP.

"Todos os países do Médio Oriente aderiram ao TNP e respeitam a obrigação de não procurarem obter armas atómicas, menos Israel", lembrou.

Israel - considerada pelos especialistas uma potência nuclear, com um arsenal de 200 bombas atómicas - sempre se recusou a firmar o TNP, ao contrário do Egipto, que aderiu em 1982. O protocolo adicional abre portas sobretudo às inspecções.

O chefe da diplomacia do Cairo assegurou que o Egipto continuará fiel ao TNP e aos seus objectivos, mas não deixou de admitir "inquietação pela segurança no Médio Oriente".

"Apesar de todas as tentativas apresentadas pelas autoridades egípcias para que a região se veja livre de armas nucleares e de destruição em massa (ADM), a ameaça do perigo atómico continua presente nas suas fronteiras", concluiu, numa referência clara a Israel.

Uma conferência sobre o TNP está marcada para Setembro em Nova Iorque, por ocasião da 59/a Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU).

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