Campa de Savimbi resiste ao capim no cemitério de Luena

Isolada de tantas outras, na ala esquerda de quem entra no cemitério municipal de Luena, é fácil localizar a campa provisória de Jonas Savimbi, o líder histórico da UNITA morto em combate há precisamente cinco anos.

Agência LUSA /

A campa, feita de cimento e revestida com mosaicos pretos, está ainda molhada pela chuva que hoje caiu em Luena.

Na cabeceira, uma simples lápide em bronze tem a identificação dos restos mortais que ali jazem: "Dr. Jonas Malheiro Savimbi - Nascido aos 3 de Agosto de 1934 e falecido aos 22 de Fevereiro de 2002".

A escassos metros está também sepultado o general Búfalo Bill, oficial das Forças Armadas de Libertação de Angola (FALA), o exército da UNITA, um dos homens mais próximos de Savimbi e que com ele morreu em combate contra as Forças Armadas de Angola (FAA).

Ao contrário da campa de Savimbi, que está bem conservada, o cemitério de Luena precisava de maiores cuidados, nomeadamente que fosse cortado o capim que invadiu a maioria dos túmulos.

Além disso, há algum tempo que as paredes brancas enegrecidas precisavam de uma nova pintura que lhes permitisse defender-se melhor das intempéries.

Situado a cerca de seis quilómetros do centro da cidade, quando se sai para sul a caminho do aeroporto numa estrada não asfaltada, o cemitério fica no meio de um descampado com poucas árvores, muito capim e nenhuma pessoa à vista.

Na campa de Savimbi, uma coroa e um ramo de flores artificiais dão-lhe um pouco mais de cor. Foram trazidas de Luanda pelo secretário- geral da UNITA, Mário Vatuva, e pela vice-presidente da Liga da Mulher Angolana (LIMA, organização feminina do movimento fundado por Savimbi), Teresa Tchanja.

Com excepção de dias como hoje, em que se assinala o quinto aniversário da sua morte, habitualmente, são poucas as pessoas que visitam a última morada de Jonas Savimbi.

No entanto, agora que passaram os cinco anos que dita a legislação angolana para a exumação de restos mortais, a UNITA e os familiares pretendem transladá-los para a terra natal de Savimbi, no município do Andulo, província do Bié, no planalto central angolano.

Aí, entre os seus, é mais provável que o túmulo do líder, fundador e ideólogo da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) venha a ter mais visitas.


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