Campanha de vacinação contra sarampo arranca em Díli
O Ministério da Saúde timorense e a ONU lançaram hoje em Díli uma campanha de vacinação contra o sarampo para crianças entre seis meses e 14 anos nos campos de deslocados da capital timorense.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) tem como objectivo vacinar 30.000 crianças nos mais de 50 acampamentos espalhados por Díli durante a primeira semana, informou a agência da ONU.
"As crianças que estão debilitadas, mal nutridas e a viver em espaços sobrelotados e sem condições de higiene são particularmente vulneráveis à infecção pelo sarampo, que pode espalhar-se rapidamente", afirmou Arnold Colo-oy, responsável pelo sector de imunização da UNICEF em Timor-Leste.
Além das vacinas, as crianças receberão também suplementos de vitamina para reforçar o seu sistema imunitário, bem como medicamentos para a desparasitação.
As vacinas fornecidas pela UNICEF serão administradas maioritariamente por agentes de saúde que trabalham nos campos de deslocados.
Grupos de voluntários foram mobilizados para divulgar a campanha, enquanto a UNICEF e outras organizações estão a distribuir material de informação nos campos para explicar aos pais as razões pelas quais a vacina contra o sarampo e a vitamina A são importantes para os seus filhos.
Durante a campanha, será também feita a avaliação do estado nutricional das crianças a fim de despistar os casos de má nutrição.
Nos campos de Díli estão a viver actualmente cerca de 70.000 pessoas, calculando-se que outras tantas terão fugido da cidade, estando a viver em acampamentos ou com familiares.
A violência das últimas semanas em Timor-Leste, que começou em finais de Abril com o despedimento de cerca de 600 militares que se queixaram de alegada discriminação étnica por parte da hierarquia das forças armadas, já causou mais de duas dezenas de mortos em confrontos entre grupos rivais.
Para restabelecer a segurança no país, as autoridades timorenses pediram a intervenção de uma força militar e policial a Portugal (que enviou 120 efectivos da GNR), Austrália, Nova Zelândia e Malásia.