O alerta surge pouco depois de o Departamento de Estado ter manifestado inquietação face às ameaças iraquianas de encerramento à força do campo de Achraf, onde vivem 1.200 membros do Mudjahidine do povo, um grupo de oposição iraniano inscrito pelos EUA na lista de organizações terroristas.

O governo iraquiano pretende realojar todos os refugiados de Achraf no campo Liberty, uma antiga base militar norte-americana para onde foram já transferidas 1.900 pessoas.

Contudo, os membros do Mudjahidine do povo que ainda resistem em Achraf não querem deixar o acampamento, pelo que nenhuma pessoa foi transferida para Liberty desde maio.

Hoje, vários eleitos na Câmara dos Representantes (que, juntamente com o Senado, compõe o Congresso) realçaram as más condições de vida dos refugiados iranianos nos acampamentos do Iraque, comparando-os aos campos de concentração nazis de Auschwitz (Polónia) durante a II Guerra Mundial (1939-1945).

"Será que não se parece com Auschwitz?", questionou o republicano Dana Rohrabacher, na oposição, ao mostrar uma grande foto do acampamento Liberty.

"Enviámos pessoas para campos de concentração", vincou, acusando a administração Obama de "trair" os refugiados, ao nada fazer para resolver o conflito com o Mudjahidine do povo, que os EUA inscreveram em 1997 na lista de organizações terroristas.

O movimento aceitou deixar o campo de Achraf, ao abrigo de um acordo entre as Nações Unidas e Bagdad.

O antigo presidente iraquiano Saddam Hussein instalou em Achraf membros do Mudjahidine do povo, que serviram de contigente suplementar na guerra contra o Irão (1980-1988).

O Iraque tinha previsto fechar o campo no final do ano passado. A transferência da totalidade dos seus ocupantes, 3.400, iniciada em fevereiro, foi interrompida a 05 de maio.