Candidato da Renamo diz que "nunca" vai aceitar "resultados manipulados"

por Lusa
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O candidato presidencial do principal partido da oposição moçambicana, Renamo, Ossufo Momade, disse que "nunca" vai aceitar "resultados eleitorais manipulados", assinalando que a negação da vontade popular levou o país a hostilidades militares no passado.

"Se são resultados manipulados, nunca podemos aceitar e estamos determinados em fazer qualquer coisa que o povo nos indicar", declarou Ossufo Momade, quando questionado pelos jornalistas, sobre se vai aceitar uma eventual derrota nas eleições gerais que decorrem hoje em todo o país.

O candidato falava após votar na sua terra natal, na Ilha de Moçambique, província de Nampula, Norte de Moçambique, poucos minutos antes das 09:00 locais (menos uma hora em Lisboa).

Momade mostrou aos jornalistas dois boletins de voto supostamente "apanhados" na posse de um membro da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, como alegada prova de que o escrutínio já está a ser adulterado.

"Eu queria vos apresentar isto aqui, foi apanhado um cidadão com estes boletins de votação, não é nenhuma democracia isto aqui, é isto que provocou as hostilidades militares no passado", declarou.

Ossufo Momade apelou ao Presidente da República e candidato da Frelimo, Filipe Nyusi, para aceitar uma eventual derrota e persuadir os militantes do seu partido de atos que ponham em causa a transparência das eleições.

"Apelar ao meu irmão Nyusi, o comandante em chefe das Forças de Defesa e Segurança, para que respeite aquilo que é a vontade popular", disse.

O líder da Renamo pediu ainda ao eleitorado para que "não se intimide com o aparato militar" montado pelo país, para assegurar a segurança e serenidade do processo eleitoral.

Um total de 13,1 milhões de eleitores moçambicanos são hoje chamados a escolher o Presidente da República, 250 deputados do parlamento e, pela primeira vez, dez governadores provinciais e respetivas assembleias.

As sextas eleições gerais de Moçambique contam com quatro candidatos presidenciais: Filipe Nyusi, Ossufo Momade, o líder do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Daviz Simango, e o candidato do partido extraparlamentar Ação do Movimento Unido para a Salvação Integral (AMUSI), Mário Albino, este último com uma campanha limitada a alguns pontos de Nampula, província do Norte.

Às eleições legislativas e provinciais apresentaram-se 26 partidos, mas só os três partidos com assento parlamentar no país (Frelimo, Renamo e MDM) concorrem nos 11 círculos eleitorais do território nacional, que se estende por 2.000 quilómetros, mais dois círculos da diáspora (África e resto do mundo).

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