Meiwes, de 44 anos, ouviu impassível a leitura da acta da acusação do Procurador-geral, Marcus Kohler.

O acusado, que reconheceu os factos, é acusado de homicídio agravado de carácter sexual, afirmou Kohler perante os juízes.

Os três juízes do tribunal de Frankfurt têm de determinar durante este processo, se Meiwes cometeu um assassínio apesar do alegado consentimento da vítima. A nova audiência está prevista para 09 de Março.

A Procuradoria defende que Meiwes assassinou a sua vítima para satisfazer os seus apetites sexuais, tal como o demonstra o facto de Meiwes, ex-militar e técnico informático, ter posto um anúncio na Internet para encontrar um jovem que quisesse ser comido.

Meiwes não pode ser julgado por canibalismo, já que esta prática não está tipificada como delito na Alemanha.

Se Meiwes for condenado por assassínio a pena correspondente poderá ser prisão perpétua, o que equivale a 15 anos, pena máxima na Alemanha, a não ser que a sentença especifique o contrário.

Em 2004, um tribunal de Kassel (centro) condenou Meiwes a oito anos e meio de prisão pela morte de um engenheiro de informática, Bernd Juergen Brandes, 43 anos, que conheceu através da Internet, no princípio de 2001.

Meiwes cortou-lhe o pénis - que ambos cozinharam e tentaram comer - e horas depois matou-o, com duas facadas no pescoço.

As cenas foram filmadas em vídeo, alegadamente por acordo mútuo entre o homicida e a vítima.

Meiwes tentou encontrar novas vítimas também na Internet, antes de ser detido em Dezembro de 2002, na sequência de uma denúncia à polícia feita por um estudante.

O Ministério Público recorreu da sentença, alegando que o juiz não teve em conta "vários critérios" que permitem considerar o crime cometido pelo "canibal de Rotenburg" um homicídio agravado, e o Supremo Tribunal Federal deferiu o pedido.