Mundo
Cardeais italianos "elegem" sucessor de Bento XVI
A partir de amanhã serão 115 os cardeais que na Capela Sistina vão afastar-se de todo o mundo para eleger o novo Papa. Uma eleição que, segundo o escritor Luís Miguel Rocha, dependerá muito dos 28 cardeais italianos presentes no conclave que têm nas mãos o poder de dificultar muito uma necessária maioria de dois terços dos votos. Em entrevista à agência Lusa o autor de livros como “A Filha do Papa” ou “Bala Santa” não tem dúvidas em afirmar que “não há novo Papa sem acordo com os italianos”.
Alguns dos cardeais que são dados como favoritos para suceder ao papa Bento XVI celebraram hoje missas em Roma, cerimónias que servirão como despedida dos fiéis antes de se recolherem em conclave, no Vaticano, a partir desta terça-feira.
São 115 os cardeais que vão estar afastados dos olhos do mundo, na Capela Sistina, para escolher aquele que irá liderar 1,2 biliões de católicos, na sequência da renúncia histórica de Bento XVI, a 11 de fevereiro, mas desses há 28, de nacionalidade italiana, que vão ter um papel relevante no desfecho do conclave.
O escritor Luís Miguel Rocha, autor de vários romances sobre papas, considera que a eleição do novo pontífice está dependente dos 28 cardeais italianos por força da maioria de dois terços necessária para encontrar o sucessor de Bento XVI.
"São os 28 cardeais italianos que mandam quem vai ser o novo papa, porque têm o poder de bloquear qualquer maioria de dois terços. Não há novo Papa sem acordo com os italianos", refere o escritor em entrevista à Lusa.
Posteriormente o escritor esclareceu à RTP que a palavra bloquear no sentido que não há Papa sem apoio italiano" não é uma questão matemática. É uma questão política, entre o bloco italiano e o "Seal Team Six" (os seis cardeais americanos)."
Para o escritor os cardeais Odilo Scherer, de 63 anos, arcebispo de São Paulo, Angelo Scola, de 71 anos, da arquidiocese de Milão, e Gianfranco Ravasi, de 70 anos, presidente do Conselho Pontifício para a Cultura são nomes a tomar em conta na sucessão a Bento XVI.
"A qualquer um dos três o cargo seria bem entregue", refere Luís Miguel Rocha já que, segundo a sua opinião, neste momento é preciso "um papa muito forte religiosa e politicamente e não basta ser só numa área, tem de ser nas duas".
Para o escritor “o cardeal brasileiro Odilo Scherer está cada vez mais entre os favoritos até mais favorito que Angelo Scola que partiu para este conclave muito, muito à frente".
Luís Miguel Rocha adiantou que "há dez fações" no conclave "e nenhuma com maioria". Entre elas, "os bertonianos", liderada pelo cardeal Berone, "os diplomáticos", de Sodano e na qual "se integra o cardeal português Monteiro de Castro", "os pastorais", "liderados por Angelo Scola, que continua a ser um 'papabile'" e "os opusianos", do Opus Dei, liderados por um cardeal não eleitor, Julián Herranz, que foi o responsável pelas investigações do Vatileaks.
Para fechar o lote de fações que podem influenciar na escolha do novo Papa há a considerar ainda “os ambrosianos, o setor milanês, que é fortíssimo", refere ainda o escritor.
Um outro cardeal que "está muito bem posicionado é o argentino Leonardo Sandri", de 69 anos, prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais. Porém, segundo o escritor, pode haver surpresas "e surgir um outsider".
Mas sobre todos estes nomes, que não passam de meras hipóteses, paira sempre a certeza “de que quem vai escolher o próximo Papa são os italianos".
São 115 os cardeais que vão estar afastados dos olhos do mundo, na Capela Sistina, para escolher aquele que irá liderar 1,2 biliões de católicos, na sequência da renúncia histórica de Bento XVI, a 11 de fevereiro, mas desses há 28, de nacionalidade italiana, que vão ter um papel relevante no desfecho do conclave.
O escritor Luís Miguel Rocha, autor de vários romances sobre papas, considera que a eleição do novo pontífice está dependente dos 28 cardeais italianos por força da maioria de dois terços necessária para encontrar o sucessor de Bento XVI.
"São os 28 cardeais italianos que mandam quem vai ser o novo papa, porque têm o poder de bloquear qualquer maioria de dois terços. Não há novo Papa sem acordo com os italianos", refere o escritor em entrevista à Lusa.
Posteriormente o escritor esclareceu à RTP que a palavra bloquear no sentido que não há Papa sem apoio italiano" não é uma questão matemática. É uma questão política, entre o bloco italiano e o "Seal Team Six" (os seis cardeais americanos)."
Para o escritor os cardeais Odilo Scherer, de 63 anos, arcebispo de São Paulo, Angelo Scola, de 71 anos, da arquidiocese de Milão, e Gianfranco Ravasi, de 70 anos, presidente do Conselho Pontifício para a Cultura são nomes a tomar em conta na sucessão a Bento XVI.
"A qualquer um dos três o cargo seria bem entregue", refere Luís Miguel Rocha já que, segundo a sua opinião, neste momento é preciso "um papa muito forte religiosa e politicamente e não basta ser só numa área, tem de ser nas duas".
Para o escritor “o cardeal brasileiro Odilo Scherer está cada vez mais entre os favoritos até mais favorito que Angelo Scola que partiu para este conclave muito, muito à frente".
Luís Miguel Rocha adiantou que "há dez fações" no conclave "e nenhuma com maioria". Entre elas, "os bertonianos", liderada pelo cardeal Berone, "os diplomáticos", de Sodano e na qual "se integra o cardeal português Monteiro de Castro", "os pastorais", "liderados por Angelo Scola, que continua a ser um 'papabile'" e "os opusianos", do Opus Dei, liderados por um cardeal não eleitor, Julián Herranz, que foi o responsável pelas investigações do Vatileaks.
Para fechar o lote de fações que podem influenciar na escolha do novo Papa há a considerar ainda “os ambrosianos, o setor milanês, que é fortíssimo", refere ainda o escritor.
Um outro cardeal que "está muito bem posicionado é o argentino Leonardo Sandri", de 69 anos, prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais. Porém, segundo o escritor, pode haver surpresas "e surgir um outsider".
Mas sobre todos estes nomes, que não passam de meras hipóteses, paira sempre a certeza “de que quem vai escolher o próximo Papa são os italianos".