"As informações iniciais de que dispomos sugerem que o veículo terá sido alugado em Agosto, em França, ao que tudo indica por um cidadão português, a quem foi roubado pouco tempo depois", explicou a fonte.

O veículo acabou depois por ser abandonado -- ao que tudo indica ainda em Agosto -- próximo de um quartel militar na cidade espanhola de Salamanca.

Uma denúncia da empresa proprietária do veículo permitiu que o carro fosse localizado e, a 26 de Janeiro, rebocado para depósitos municipais de veículos.

Quando hoje funcionários da empresa foram buscar o veículo detectaram um artefacto suspeito debaixo de um dos assentos que investigações preliminares comprovaram ser garrafas com um líquido inflamável ligadas a um detonador.

Garrafas com liquido inflamável e detonadores são normalmente usadas pela ETA para destruir veículos que usam nas suas acções.

As investigações adicionais acabaram por descobrir no interior do veículo vários recipientes com símbolos da ETA, o que levou a que o carro tenha sido transportado para Madrid para análises adicionais.

Ainda que as investigações sobre o veiculo estejam numa fase preliminar, a fonte policial portuguesa contactada pela Lusa referiu que tudo indica tratar-se de um veículo que "não estava a ser usado actualmente" e que "remonta a um período anterior da ETA".

"Os dados de que dispomos levam a que este carro perca relevância. Tem ainda que ser investigado mas está datado", explicou a fonte policial.

"Não tem a ver com a ETA de hoje mas sim com uma eventual acção em 2008", disse.

Fontes policiais espanholas descartaram já que se trate de um carro bomba, explicando que o veiculo esteve abandonado vários meses em Salamanca, podendo estar vinculado à ETA e ter sido abandonado.

Não é a primeira vez que um veículo com matrículas portuguesas é relacionado com a organização terrorista basca.

Recorde-se que, em 2007, chegou a debater-se a possibilidade da ETA estar a tentar instalar uma base logística em Portugal.

Os responsáveis pelo atentado de 24 de Agosto no quartel da Guarda Civil em Durango fugiram do local numa viatura, com matrícula portuguesa, que fizeram explodir depois na localidade de Amorebieta, 50 minutos depois do atentado.

Esse atentado ocorreu meses depois de agentes policiais portugueses e espanhóis terem detectado em Ayamonte um carro com explosivos, abandonado por membros da ETA, e que tinha sido alugado dias antes em Lisboa.

Responsáveis portugueses e espanhois têm descartado desde aí a hipótese da ETA ter qualquer base logística em Portugal.

ASP.

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