Mundo
“Carta a Deus” de Einstein leiloada por três milhões de dólares
Uma carta de uma página e meia escrita em 1954 por Albert Einstein foi, na terça-feira, vendida em leilão por 2.89 milhões de dólares (cerca de 2.55 milhões de euros). Conhecida por “carta a Deus”, a missiva contém reflexões sobre a Bíblia, Deus e o judaísmo.
A carta, escrita à mão em língua alemã e endereçada ao filósofo judeu Eric Gutkind, foi leiloada em Nova Iorque pela empresa de arte Christie’s. O comprador ofereceu um valor quase duas vezes superior àquele que era esperado.
Einstein escreveu a carta em resposta ao livro Escolha a Vida: A Chamada Bíblica à Revolta, de Gutkind, e o documento encontrava-se entre os pertences deste autor até que, em 2008, foi leiloada pela primeira vez.
“A palavra ‘Deus’ para mim não é mais do que a expressão e o produto da fraqueza humana e a Bíblia é uma coleção de honoráveis, mas ainda assim primitivas, lendas infantis”, escreveu Einstein.
“Nenhuma interpretação, não importa com quanta subtileza, irá fazer-me mudar de ideias”, frisou.

“E o povo judeu, ao qual eu de bom grado pertenço e com cuja mentalidade possuo uma profunda afinidade, não tem, para mim, maior valor do que qualquer outro povo”.
“De acordo com a minha experiência, eles não são melhores do que outros grupos humanos, apesar de estarem protegidos dos piores cancros pela falta de poder”, continuou. “De outra forma, não encontro nenhum aspeto pelo qual possam ser considerados os ‘escolhidos’”.
Segundo uma biografia de Einstein publicada em 1996, aos 13 anos o físico “abandonou o seu fervor religioso, ao sentir que tinha sido iludido de modo a acreditar em mentiras”.
Einstein dizia acreditar num Deus “que se revela na lei harmoniosa do mundo” ao invés de um “que se preocupa com o destino e as ações do Homem”.
Esta não foi a primeira carta de Einstein a ser vendida em leilão. Em novembro, um documento escrito pelo físico a alertar para o crescimento do antisemitismo mais de uma década antes de os nazis chegarem ao poder na Alemanha foi comprada em leilão por cerca de 32 mil dólares.
Em 2017, uma missiva que continha anotações acerca da terceira fase da teoria da relatividade foi vendida por 103 mil dólares.
No mesmo ano, um documento em que o físico apontou conselhos sobre como viver feliz foi vendida por mais de um milhão e meio de dólares, em Jerusalém.
Einstein escreveu a carta em resposta ao livro Escolha a Vida: A Chamada Bíblica à Revolta, de Gutkind, e o documento encontrava-se entre os pertences deste autor até que, em 2008, foi leiloada pela primeira vez.
“A palavra ‘Deus’ para mim não é mais do que a expressão e o produto da fraqueza humana e a Bíblia é uma coleção de honoráveis, mas ainda assim primitivas, lendas infantis”, escreveu Einstein.
“Nenhuma interpretação, não importa com quanta subtileza, irá fazer-me mudar de ideias”, frisou.
Estas frases têm sido vistas como uma possível prova do ateísmo do físico alemão, apesar de este ter chegado a negá-lo. Einstein criticava os “ateus fanáticos, cuja intolerância é do mesmo tipo que a intolerância dos fanáticos religiosos”.
Foto: Christie's Images via Reuters
A carta, escrita um ano antes da morte do seu autor, contempla ainda reflexões acerca do judaísmo. “Para mim, a religião judaica, tal como todas as outras, é uma incarnação das mais infantis superstições”, afirmou Einstein.
“E o povo judeu, ao qual eu de bom grado pertenço e com cuja mentalidade possuo uma profunda afinidade, não tem, para mim, maior valor do que qualquer outro povo”.
“De acordo com a minha experiência, eles não são melhores do que outros grupos humanos, apesar de estarem protegidos dos piores cancros pela falta de poder”, continuou. “De outra forma, não encontro nenhum aspeto pelo qual possam ser considerados os ‘escolhidos’”.
Segundo uma biografia de Einstein publicada em 1996, aos 13 anos o físico “abandonou o seu fervor religioso, ao sentir que tinha sido iludido de modo a acreditar em mentiras”.
Einstein dizia acreditar num Deus “que se revela na lei harmoniosa do mundo” ao invés de um “que se preocupa com o destino e as ações do Homem”.
Esta não foi a primeira carta de Einstein a ser vendida em leilão. Em novembro, um documento escrito pelo físico a alertar para o crescimento do antisemitismo mais de uma década antes de os nazis chegarem ao poder na Alemanha foi comprada em leilão por cerca de 32 mil dólares.
Em 2017, uma missiva que continha anotações acerca da terceira fase da teoria da relatividade foi vendida por 103 mil dólares.
No mesmo ano, um documento em que o físico apontou conselhos sobre como viver feliz foi vendida por mais de um milhão e meio de dólares, em Jerusalém.