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Casa Branca avalia planos militares contra o Irão

por Cristina Sambado - RTP
Na Administração Trump há fortes divergências sobre a forma como responder a Teerão Jonathan Ernst - Reuters

Durante uma reunião de assessores de segurança nacional do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o secretário de Defesa, Patrick Shanahan, apresentou um plano militar que prevê o envio de 120 mil militares para o Médio Oriente, no caso de o Irão atacar as forças americanas ou avançar com armas nucleares.

Segundo o jornal The New York Times, as revisões foram ordenadas por John R. Bolton, conselheiro de Segurança Nacional de Trump e um dos maiores defensores de um eventual ataque dos Estados Unidos ao Irão. Um político, de resto, cuja tentativa de confronto com Teerão foi ignorada há mais de uma década pelo Presidente George W. Bush.

No final da reunião, Garrett Marquis, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, afirmou que “o Presidente tem sido claro, os Estados Unidos não estão à procura de um conflito militar com o Irão e estão disponíveis para conversações com a liderança iraniana”.

“No entanto, a opção do Irão nos últimos 40 anos tem sido a violência e estamos prontos para defender os interesses dos Estados Unidos na região”, acrescentou.

Ainda não é certo que Donald Trump, que se propôs retirar as tropas dos Estados Unidos do Afeganistão e da Síria, envie agora meios com propósitos bélicos para o Médio Oriente. Segundo o mesmo diário norte-americano, também não é claro se o Presidente foi ou não informado sobre o número de tropas ou outros detalhes dos planos.

Na segunda-feira, Trump alertou o Irão depois de terem sido relatados ataques contra navios ao largo da costa dos Emirados Árabes Unidos. “Se eles fizerem alguma coisa, vão acabar por sofrer muito”, afirmou o Presidente norte-americano após um encontro com o primeiro-ministro húngaro.
Do lado europeu teme-se que a tensão entre Washington e Teerão resulte num conflito entre os dois países.
Na Administração Trump há fortes divergências sobre a forma como responder a Teerão num momento em que aumenta a tensão sobre a política nuclear iraniana e as suas intenções no Médio Oriente.

De um lado estão os defensores de uma resolução diplomática e do outro os que defendem que o Irão se tornou perigoso.

O Governo iraniano afirmou, na passada semana, que o país se iria afastar do acordo nuclear acordado em 1015 com várias potências mundiais. A decisão oficializada pelo Presidente Hassan Rouhani surge depois de Donald Trump ter retirado os Estados Unidos do mesmo acordo há mais de um ano.

Vários países europeus apelaram ao Irão para que não abandonasse o acordo e ignorasse as provocações de Trump.

Como demonstração de força, o Pentágono enviou para a região do Golfo um porta-aviões, bombardeiros B-52 e uma bateria de mísseis Patriot.

Trump desmente

O presidente norte-americano reagiu entretanto à notícia do New York Times, dizendo aos jornalistas, na Casa Branca:

"Acho que tudo isso são fake news, ok? Agora, se eu o faria. Com certeza. Mas não fizemos planos para isso. Esperemos que não seja preciso fazermos planos para isso. E, se o fizéssemos, enviaríamos muito mais tropas do que essas".

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