O casal norte-americano que manteve os treze filhos em cativeiro enfrenta uma longa lista de acusações que os pode levar à prisão perpétua. Os relatos da vida das crianças são de uma crueldade extrema.
Caso sejam condenados por todas as acusações enfrentam uma pena máxima de 94 anos e prisão perpétua.
Anos de tortura
Os treze filhos do casal Turpin sofreram durante anos abusos físicos e psicológicos.
Eram punidos se lavavam as mãos acima dos pulsos, os pais compravam-lhes brinquedos que não saiam das embalagens, ficavam a olhar para tortas na cozinha sem lhes poderem tocar, tomavam banho uma vez por ano e ficavam acorrentados às camas.
As crianças recebiam uma refeição racionada por dia. O filho mais novo de dois anos de idade era alimentado com uma porção que lhe garantia apenas a sobrevivência.
Todos apresentavam sinais de subnutrição. Uma das vítimas de 12 anos tinha o peso de uma criança de sete, enquanto o filho mais velho de 29 anos pesava 37 quilos.
Fuga para a liberdade
Foi no domingo, dia 14 de Janeiro, que uma das filhas e um irmão conseguiram escapar de casa por uma janela. Um plano de fuga meticulosamente preparado durante 17 anos.
O rapaz acabou por arrepender-se e voltar para casa mas a jovem conseguiu chegar a um telefone e ligar para o número de emergência 911.
Poucos minutos depois, a polícia entrou na casa do casal em Perris, no sudoeste de Los Angeles.
Quando as autoridades chegaram ainda encontraram algumas crianças acorrentadas às camas.
O futuro das vítimas
As vítimas Turpin estão internandas num hospital onde vão ser sujeitas a um longo período de tratamento mental e físico.
Segundo o psiquiatra Frank Ochberg, todos devem sofrer de stress pós traumático complexo com uma série de distúrbios psicológicos graves.
A comissão de proteção de menores vai recomendar um processo rápido de adopção.
O processo para a rescisão dos direitos dos pais vai ser decidido em tribunal, embora os pais biológicos ainda tenham o direito de vir a contestar a decisão.