Casamentos na China sobem 3,2% no primeiro semestre após mínimo histórico em 2024
Cerca de 3,54 milhões de casais chineses casaram-se no primeiro semestre de 2025, o que representa um aumento homólogo de 3,2% e sugere uma ligeira recuperação após o mínimo histórico em 2024, foi hoje divulgado.
De acordo com as estatísticas mais recentes do Ministério de Assuntos Civis da China, 3,54 milhões de casais casaram-se e 1,33 milhão divorciaram-se no país asiático entre janeiro e junho deste ano, o que marca uma tímida recuperação em relação aos 3,43 milhões de casamentos registados no mesmo período de 2024.
Especialistas citados pela imprensa local apontam que, se a tendência atual se mantiver, o número total de casamentos em 2025 poderá superar ligeiramente os níveis de 2024, quando atingiu o nível mais baixo desde 1980.
Entre os que se casaram em 2024, de acordo com a mesma fonte, pelo menos 1,63 milhões eram formados por pessoas nascidas a partir do ano 2000.
Este número ilustra que, apesar da tendência geral de adiar o casamento, uma parte significativa dos jovens adultos do país continua a optar por formalizar as relações na casa dos vinte anos.
De acordo com o Ministério, a faixa etária com mais casamentos em 2024 foi a de 25 a 29 anos, com 4,29 milhões de pessoas, o que representou 35,1% do total.
Este é o décimo segundo ano consecutivo em que esta faixa etária concentra a maioria dos casamentos, refletindo o adiamento progressivo da idade do primeiro casamento que se observa há mais de uma década.
Numa tentativa de reverter a queda nos casamentos e nascimentos, as autoridades chinesas implementaram várias medidas nos últimos meses.
Em maio passado, entraram em vigor novas normas nacionais para o registo de casamentos que eliminam restrições geográficas, permitindo que os casais se casem em qualquer lugar do país sem a necessidade de apresentar o registo de residência, conhecido como "hukou".
Além disso, 28 províncias ampliaram a duração da licença por casamento, sendo Shanxi (centro) e Gansu (noroeste) as que oferecem o período mais longo, com 30 dias.
Algumas localidades, como a cidade de Lüliang em Shanxi, começaram mesmo a oferecer incentivos económicos aos casais recém-casados, com bónus de até 1.500 yuan (182 euros) se a mulher tiver 35 anos ou menos.
No XX Congresso do Partido Comunista Chinês, realizado em 2022, o partido no poder enfatizou que o país precisa de um sistema que "aumente as taxas de natalidade e reduza os custos da gravidez, do parto, da escolarização e da criação dos filhos".
A China registou um declínio na sua população em 2022, 2023 e 2024, as primeiras contrações desde 1961, quando o número de habitantes diminuiu como consequência da política falhada de industrialização do Grande Salto em Frente e da consequente fome.